‘Raul Seixas: Eu Sou’ explora sonhos e devaneios do ícone do rock
Série do Globoplay mergulha no psicológico do "Maluco Beleza" com clichês e desalinhamentos entre montagem, roteiro e elenco

O audiovisual brasileiro celebra mais um legado da música com Raul Seixas: Eu Sou, série do Globoplay, dirigida por Paulo e Pedro Morelli. O lendário “Maluco Beleza” é interpretado com vigor e carisma por Ravel Andrade, entre similaridades de aparência e personalidade do ator com o cantor.
Em oito episódios, conhecemos melhor os sonhos e devaneios, a nível pessoal e até mais psicológico, do ícone do rock brasileiro.
A obra conta a história do Raulzito desde a infância (nessa fase, interpretado pelo ator mirim Pedro Burgarelli), com flashbacks um pouco dessincronizados e arrastados — talvez por causa de alguma pressa na montagem —, que enriquecem a narrativa.
Pilares importantes são a família, principalmente a mãe, Maria Eugênia (Cyria Coentro), e o pai (Julio Andrade, irmão de Ravel), as relações com as esposas e a amizade e parceria musical com Paulo Coelho (João Pedro Zappa), que gerou canções emblemáticas.
A série é prejudicada pelo roteiro clichê repetitivo — só no primeiro episódio, a palavra “Raulzito” fica saturada. Em momentos, é notável o esforço do elenco em fazer algo mais espontâneo, menos engessado.
A vantagem é a performance de Ravel, que desperta interesse.
NOTA: ★★★☆☆
Programação cultural sobre Raul Seixas
Para celebrar a carreira do eterno maluco beleza, o Museu da Imagem e do Som (MIS) abriu neste mês (11) Baú do Raul, exposição com cerca de 500 itens, muitos preservados por sua ex-companheira Kika e sua filha caçula, a DJ Vivi Seixas. Entre as raridades, o público poderá conferir os manuscritos originais de canções como Gita e Cowboy Fora da Lei.
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de julho de 2025, edição nº 2954