‘Prédio Vazio’ é terror capixaba com estilo de ‘A Morte do Demônio’
Longa de Rodrigo Aragão narra busca de jovem por mãe desaparecida em edifício abandonado no litoral do Espírito Santo

O cinema brasileiro ainda tem um certo medo do terror — com o perdão do trocadilho —, mas cada vez mais projetos chamam atenção e alimentam o gênero. Prédio Vazio, do diretor capixaba Rodrigo Aragão, explora o potencial de criar medo com uma história na cidade de Guarapari, no litoral do Espírito Santo.
A jovem Luna (Lorena Corrêa) sai em busca da mãe, Marina (Rejane Arruda), desaparecida no último dia de Carnaval. Em uma investigação, junto do namorado (Caio Macedo), depara-se com um prédio antigo, supostamente abandonado, que foi lar da mãe e pode ter respostas.
Descobre que lá mora a zeladora Dora (Gilda Nomacce). A personagem misteriosa vira agente do caos e revela as almas atormentadas presas no edifício e os dois terão que lutar pela vida para sair dali, contra mortos-vivos que surgem aos pedaços.
Apesar das performances parecerem fora de sintonia com a visão do diretor, o filme convence graças aos visuais. Optou-se por efeitos práticos e pela maquiagem para criar as criaturas assustadoras, que contribuíram para um resultado genuíno.
Lembra a estética de grandes produções gringas, como A Morte do Demônio (1981). O alívio cômico, inserido principalmente por meio do personagem do namorado, tem efeito funcional, para manter o desenvolvimento interessante, tirar a história da mesmice do terror e até torná-la mais acessível para diferentes públicos.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de junho de 2025, edição nº 2949