‘Jurassic World: Recomeço’ encanta nos visuais, mas não evolui franquia
Produção fica refém da intenção de retomar o fascínio original, sem encontrar o próprio tom e ideias autorais

Uma franquia clássica da cinematografia tenta mais uma vez recriar a grandiosidade dos velhos tempos. Com direção de Gareth Edwards, Jurassic World: Recomeço se esforça para evocar a magia, o espanto e o medo do filme de Steven Spielberg, lançado em 1993, e faz um bom trabalho no quesito direção de arte.
Há muita ação em cenários magníficos, onde o elenco estelar pode brilhar, mas a produção fica refém da intenção de retomar o fascínio original, sem encontrar o próprio tom e ideias autorais.
Convocar David Koepp, roteirista dos dois primeiros longas da saga, para fazer o novo texto foi uma boa estratégia. Para começar, um flashback de dezessete anos atrás explica como começou essa aventura — ignorando as sequências terríveis de 2018 e 2022.
Agora, a existência dos dinossauros é aceita e faz parte da vida em sociedade, mas eles vivem apenas em uma exuberante e fictícia ilha no Caribe.
Uma empresa de finalidade duvidosa vê a oportunidade de explorar as criaturas e coletar uma amostra do sangue de cada tipo de animal (terrestre, marítimo e aéreo) para fabricar um remédio que promete lucro.
O farmacêutico Martin Krebs (Rupert Friend) reúne uma equipe de especialistas para o trabalho, composta pela ex-militar Zora Bennett (Scarlett Johansson), o paleontólogo Dr. Henry Loomis (Jonathan Bailey) e o capitão de barco Duncan Kincaid (Mahershala Ali).
Durante a jornada, eles se deparam com uma família, liderada pelo pai Reuben (Manuel Garcia-Rulfo), que quer atravessar o Atlântico e começa a acompanhá-los.
Os atores principais fazem um trabalho magnífico, especialmente Scarlett Johansson, que dá um show. Cenas clássicas, como as de dinossauros gigantes atrás de personagens, ganham releituras.
No entanto, o filme não mostra ter necessariamente algo a dizer ou um novo sentido que direcione a narrativa. Apesar dessa sensação, o visual garante uma grande experiência na sala de cinema.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 11 de julho de 2025, edição nº 2952