‘Iracema – Uma Transa Amazônica’ reestreia após 50 anos — e continua atual
Em tempos de 'Anora' (2024), devemos exaltar a personagem do drama documental de Jorge Bodanzky e Orlando Senna

O clássico Iracema – Uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, retorna aos cinemas nesta semana em versão restaurada em 4K.
A obra teve um trabalho minucioso de restauro, a partir do negativo original 16mm da matriz do filme em um laboratório em Berlim, na Alemanha — onde estreou e foi exibido novamente neste ano. A qualidade das imagens proporciona uma reflexão sobre como as questões que apresenta continuam atuais.
O filme acompanha o encontro de Tião Brasil Grande (Paulo César Pereio), motorista de caminhão do Sul do Brasil, com Iracema (Edna de Cássia), jovem do interior que se prostitui para sobreviver, durante o Círio de Nazaré, em Belém.
Ela pega uma carona com o homem pela rodovia Transamazônica e a dupla testemunha o desmatamento, as más condições de trabalho e saúde e a realidade do comércio de camponeses — quando a linha entre ficção e realidade se borra.
Apesar de se observar machismo e misoginia, marcantes daquela época, em tempos de Anora (2024), nós, brasileiros, devemos exaltar Iracema.
Cine Vejinha do filme
Leitores da Vejinha puderam assistir a versão restaurada em primeira mão na segunda-feira (21). O Cine Vejinha realizou uma nova edição, em parceria com a Gullane+, no Espaço Petrobras de Cinema.
A sessão teve a presença especial do diretor Jorge Bodanzky e da atriz Edna de Cássia, além dos cineastas Laís Bodanzky, Tata Amaral e Rubens Rewald.
Acompanhe as redes sociais da Vejinha (@vejasp) e do colunista (@mattheusgoto) para saber a próxima sessão.
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de julho de 2025, edição nº 2954