✪✪✪ O quarto capítulo da saga de Ghostbusters tem diversos elementos que podem agradar os fãs do primeiro filme, de 1984. Ghostbusters: Apocalipse de Gelo dá continuidade à história no contexto moderno, com personagens jovens, Paul Rudd em destaque e acenos para entusiastas dos clássicos dos anos 80.
Bem-sucedido, o filme anterior (Mais Além, de 2021) mostrou a descoberta da família Spengler, ao se mudar para Summerville, Oklahoma, sobre sua conexão familiar com os Caça-Fantasmas. Agora, o diretor e roteirista Gil Kenan decidiu apostar em um retorno às origens.
Na nova instância, os personagens voltam ao icônico quartel dos Caça-Fantasmas em Nova York. Dois integrantes da formação original estão presentes, Peter Venkman (Bill Murray) e Ray Stantz (Dan Aykroyd).
Nesse edifício, eles trabalham com uma tecnologia que tira fantasmas de objetos inanimados, até que se deparam com um artefato antigo, que abre um portal para um novo vilão poderoso, Garraka, com um poder de causar uma segunda era glacial. A nova e a antiga geração de Caça-Fantasmas se unem para salvar o planeta.
O enredo soa familiar ao primeiro filme, o que tem vantagens e desvantagens. Por um lado, é uma forma de fazer uma homenagem à produção dirigida por Ivan Reitman (1946-2022) — que, inclusive, é citado no fim do filme — e também de reintroduzi-la ao século XXI.
Por outro, fica na zona de conforto e deixa de lado novas ideias com potencial. Um eixo da narrativa que chama a atenção e poderia ser mais explorado é a relação entre Phoebe Spengler (Mckenna Grace) e Melody (Emily Alyn Lind). O trabalho de som e os efeitos especiais justificam a ida ao cinema. Há uma simpática cena pós-crédito.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2024, edição nº 2888