‘Desconhecidos’ cria quebra-cabeça engenhoso e macabro com serial killer
Longa de JT Mollner e dos mesmos produtores de 'Noites Brutais' (2022) reflete sobre o estereótipo da 'final girl'

Dos mesmos produtores de Noites Brutais (2022), Desconhecidos tem qualidade semelhante e em certos momentos até superior ao antecessor, que entrou para diversas listas de melhores terrores do ano.
A obra do diretor e roteirista JT Mollner apresenta uma narrativa engenhosa e macabra sobre serial killers. Um dos pontos fortes é a estrutura não linear, que provoca e beira o extraordinário.
Cada fio narrativo serve como peça de um quebra-cabeça que se forma, de maneira intrigante, sobre uma proposta maior: uma reflexão sobre a misoginia na sociedade e o estereótipo da “final girl” (a última mulher viva nos filmes de terror).
A narrativa central introduz, sem revelar nomes, uma vítima apavorada (Willa Fitzgerald) fugindo de um assassino de rosto sombrio (Kyle Gallner). Em seguida, descobre-se que os dois passaram uma noite juntos anteriormente. Uma realidade brutal e perturbadora toma conta.
Com precisão, o diretor propõe uma nova abordagem com referências visuais de clássicos, com fotografia em 35 mm.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 23 de abril de 2025, edição nº 2941