‘Confinado’ testa limites da claustrofobia com vilão de Anthony Hopkins
Ator interpreta inimigo calculista que prende ladrão (Bill Skarsgård) em uma tentativa de roubo

Anthony Hopkins e Bill Skarsgård formam uma combinação estranhamente intrigante em Confinado. O filme de David Yarovesky junta os dois atores em um enredo sobre crime, inspirado em uma história real que aconteceu em Córdoba, na Argentina, em 2016.
A dinâmica chama atenção por se tratarem de papéis fora da zona de conforto de ambos e com novidades para o repertório de cada um.
Skarsgård dá vida a Eddie, um pai com problemas financeiros que, em uma atitude impulsiva e desesperada, busca uma saída fácil ao assaltar um carro aparentemente abandonado. No entanto, cai numa armadilha do dono, William, interpretado por Hopkins, e fica trancafiado no automóvel.
O homem vingativo e misterioso, autoproclamado justiceiro, começa a torturá-lo de diferentes formas em troca da tentativa de roubo, enquanto Eddie tenta sobreviver como pode. Skarsgård, acostumado a encarnar vilões, vira a vítima, e Hopkins, o inimigo calculista.
O suspense, fortalecido por uma direção ágil e estrutura bem resolvida, testa os limites da claustrofobia com eficácia. Os cenários são inteligentes e exploram meios de tortura inusitados e apavorantes.
Funcionam bem, mesmo quando direção e roteiro parecem não saber exatamente para qual rumo levar a história e em que momento chegar a uma conclusão. Assim como as provações do protagonista, o filme é de tirar o fôlego.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 13 de junho de 2025, edição nº 2948