Adam Sandler explora o drama em novo sci-fi da Netflix

✪✪✪ Adam Sandler continua explorando papéis diferentes do seu típico perfil cômico em O Astronauta, na Netflix. Ele dá vida a Jakub Procházka, um astronauta em uma missão de seis meses no espaço para investigar a nuvem Chopra. O protagonista começa a sofrer pela solidão e pela saudade de sua esposa grávida, Lenka (Carey Mulligan), que ficou na Terra.

Até aí, a premissa soa familiar e semelhante a outros grandes títulos do cinema, como Interestelar (2014) e Gravidade (2013). O diferencial da história, dirigida por Johan Renck e baseada no livro Spaceman of Bohemia (2017), do romancista checo Jaroslav Kalfar, é o surgimento de Hanuš, uma aranha alienígena (dublada em inglês por Paul Dano), que dá apoio emocional e ajuda Jakub a curar seus traumas.

As questões emocionais se sobressaem à viagem espacial e se tornam o foco, com flashbacks da vida na Terra. Para corresponder a essa proposta, Sandler tem uma performance sensível e comprometida em transmitir os sentimentos do personagem.

Um dos motores do filme é o tipo estranho, intrigante e possivelmente imaginário. O longa poderia ter desenrolado e apostado mais na história desse ser alienígena, assim como em outras ideias autorais, em vez de buscar referências em outros títulos do gênero. Os efeitos visuais merecem elogios.

Publicado em VEJA São Paulo de 5 de abril de 2024, edição nº 2887