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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti

A ilusão do momento perfeito para desarrolhar uma garrafa especial

Uma discussão sobre o tempo que se deve esperar para abrir os rótulos mais surpreendentes da adega pessoal

Por Marcelo Copello
21 nov 2025, 06h00 •
Storing Wine Bottles in a Wooden Wine Rack
Grandes rótulos: a hora certa de desarrolhar (Seventy Four/Freepik/Divulgação)
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  • Há alguns dias, em meu aniversário, fiz o que costumo fazer nas datas especiais: reuni bons amigos e abri garrafas especiais.

    Entre elas, uma magnum de Quinta do Vale Meão 2007, que repousava em minha adega havia quinze anos. O vinho estava excepcional, mas ainda muito jovem — confesso que senti pena de tê-lo aberto cedo demais.

    Fotografei a garrafa que trazia uma dedicatória carinhosa de Francisco Olazabal, o lendário produtor do Meão.

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    Planejava mandar a foto a ele, como um gesto de gratidão, quando soube da notícia de seu falecimento… O tempo, às vezes, não espera — nem pelos vinhos, nem por nós.

    Esse episódio me fez pensar sobre um dilema que todo colecionador de brancos e tintos conhece: por que hesitamos em abrir aquela garrafa especial que guardamos há tanto tempo?

    Os motivos são muitos — e todos humanos.

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    Primeiro, todo colecionador é um acumulador, que transforma garrafas em conquistas.

    Mas, paradoxalmente, quanto mais rara é a garrafa, mais difícil se torna abri-la. Depois, há a ilusão do momento perfeito.

    Procuramos um alinhamento entre a ocasião ideal e o apogeu do vinho.

    Se esse momento é subjetivo, a ocasião, ainda mais. Depende de nosso tempo interior — o humor, além de companhia e contexto.

    Aguardamos o dia “do eu mereço”, enquanto, às vezes, preferimos garrafas mais simples para a pipoca e TV. Ou ainda: “este vi- nho não posso abrir sozinho.

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    Precisa ser com amigos que saibam apreciar.” E enquanto esperamos reunir o grupo certo, o vinho dorme.

    Tenho um amigo, o Edu, que é um caso clássico: tem vinhos caros e bebe vinhos baratos.

    Na coleção invejável, há centenas de garrafas top — um patrimônio de tempo, dinheiro e paciência, mas nunca desarrolha um.

    Quando perguntei por que, ele respondeu: “Tenho bons vinhos, mas se abrir não terei mais.”

    Em seu aniversário de 50 anos, fizemos uma conta: se ele abrisse só uma garrafa especial por mês, teria vinho até os 80. E até lá, claro, muitos deles estragariam — isso se o próprio Edu não estragasse primeiro. Rimos.

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    E, felizmente, desde então ele se permite abrir um “canhão” de vez em quando.

    Eu o entendo. Também gosto de vinhos maduros, no apogeu.

    Tenho garrafas que me acompanham, guardadas com carinho, há mais de vinte anos. Mas, como disse ao Edu, essa fila das garrafas precisa andar.

    Então, crie a ocasião. Abra aquela garrafa. Pode ser um dia qualquer, pode ser hoje. Brinde o instante presente.

    vinhos
    Opções de rótulos (Reprodução/Divulgação)
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    Fontanafredda Barolo 2020: Um Barolo clássico, de uma safra de vinhos acessíveis desde jovens, mas com bom potencial de guarda. No nariz, revela notas de cereja madura, alcaçuz, rosa, especiarias e tabaco. Paladar firme e persistente, com taninos presentes, mas refinados. R$ 439,90 na Wine. (Preço promocional Black Friday)

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    Matarromera Pago de Las Solanas 2016: Uma joia da Ribera del Duero, 100% tempranillo, produzido só em safras excepcionais. Aroma complexo e concentrado de frutas negras, tabaco, cacau e especiarias. Com taninos firmes e perfeitamente polidos. Sensacional. R$ 3 629,90 na Grand Cru.

    Publicado em VEJA São Paulo de 21 de novembro de 2025, edição nº 2971.

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