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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti

Por que tomamos vinhos?

Essa bebida vai muito além de ser apenas um líquido — ela é todo um ritual. Entenda

Por Marcelo Copello
Atualizado em 30 Maio 2025, 15h37 - Publicado em 30 Maio 2025, 06h00
Taças de vinhos com vinho e algumas vazias
O vinho nos reconcilia com a nossa natureza: cultural, sensível, sensorial (Ezequiel Demaestri/Freepik/Divulgação)
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Desde os primórdios da civilização, quando o homem mal compreendia as estações do ano, ele já cultivava videiras. E antes mesmo de escrever sua própria história, já fermentava uvas. O vinho nasceu com o mundo antigo e se confunde com a própria ideia de cultura. Mas por que bebemos vinho? E por que, uma vez iniciados, quase nunca o deixamos de vez?

Tomamos vinho, antes de tudo, porque queremos sentir algo. Não é por sede. Nem apenas por prazer. O vinho, como disse o poeta romano Horácio, é capaz de libertar verdades que a razão esconde.

Ele não apenas aquece o corpo: aquece a linguagem, o riso, a conversa. O vinho não se bebe como se bebe qualquer outro líquido. Ele exige taça, gesto, tempo, atenção. É um ritual. E eles são fundamentais para a vida humana: marcam passagens, elevam o cotidiano.

 

 

Um brinde sela um contrato invisível de cumplicidade. Cada taça é um espelho do mundo: da terra, do clima, da história de quem o fez. O vinho nos coloca em contato com o tempo — tanto com o passado (de sua produção) quanto com o presente (da nossa experiência). É uma bebida que exige presença, quase como a meditação exige foco. Há quem lembre da avó pelo cheiro de bolo.

O enófilo traz na memória o aroma de um barolo. Beber é, muitas vezes, relembrar. Da viagem, do jantar, do beijo, da vitória, do reencontro. Por fim, bebemos vinho porque podemos. Porque queremos experimentar o melhor da vida — e sabemos que o melhor, às vezes, cabe em uma taça.

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O vinho nos reconcilia com a nossa natureza: cultural, sensível, sensorial. Nos reconecta com os outros e com nós mesmos. Talvez a humanidade um dia abandone o petróleo. Talvez deixe de comer carne. Talvez viva em cidades flutuantes. Mas enquanto houver humanos com alma, acredito que sempre haverá vinho.

Duas garrafas com fundo branco
Sugestões de rótulos (Reprodução/Divulgação)

Chandon Excellence Brut 2012
Elaborado com chardonnay e pinot noir, com doze meses de maturação. surpreende pela elegância e complexidade, com notas de frutas maduras, flores brancas e leve toque tostado. seu tempo estendido em autoclave proporciona cremosidade e perlage delicado. Aos treze anos, está no apogeu, mas ainda com potencial de guarda. R$ 229,90, na Evino.

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Fontanafredda D.O.C.G. Barolo 2022
De um produtor clássico, Fontanafredda, este barolo, de uma ótima safra, com 100% uvas nebbiolo, amadurece dois anos em tonéis de carvalho da Eslavônia. vermelho granada entre claro e escuro. Aromas de cereja, violeta, bosque úmido, tabaco, cedro. Paladar de médio-bom corpo, taninos finos, tem muita elegância e potencial de guarda. R$ 414,90, na Wine.

Publicado em VEJA São Paulo de 30 de maio de 2025, edição nº 2946.

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