Carne e vinho: as melhores sugestões para harmonizar
Do carpaccio ao churrasco, uma seleção de diferentes pratos e as boas combinações
Brasileiro adora carne de boi e, nos vinhos, tem sua preferência nos tintos. Não por acaso “carne com tinto” é a combinação de maior sucesso quando o assunto é harmonização. São inúmeras as possibilidades desse casamento. Vamos enumerar alguns enlaces clássicos.
Talvez o primeiro prato que venha à mente é o churrasco. Um corte na brasa tem no malbec argentino seu casamento mais notório, mas pode ir bem também com qualquer tinto com uma boa estrutura de taninos, como um tannat do Uruguai. Se a opção for o indefectível costelão, mais gorduroso, o ideal pode ser optar por um cabernet sauvignon, que além dos taninos tem boa acidez.
Passeando ainda pelas especialidades de Argentina e Uruguai, as empanadas de carne, por seus temperos, pedem um syrah do novo mundo, quem sabe da Austrália. Um dos pratos mais clássicos de carne, neste caso cozida em vinho, é o boeuf bourguignon, que como o nome indica tem sua origem na Borgonha, e com os tintos da região seu casamento natural.
No mesmo capítulo dos cozidos, a rabada, muito apreciada por aqui, é típica na Espanha, chamada rabo de toro, e pede um tinto denso e complexo, como um Ribera del Duero. Não se pode esquecer das especialidades cruas, como o steak tartare e o carpaccio. Mais ácida e sem os aromas da tosta, e, no caso do tartare, que leva ovo, fica bem melhor com um branco. Experimente com um chardonnay encorpado e terá uma boa surpresa.
A vitela, em especial na receita tradicional francesa “blanquette de veau” com cogumelos- de-paris e creme de leite, também pede um branco. Neste caso, o matrimônio seria com um exemplar da Alsácia, como um pinot gris ou pinot blanc. O outro clássico cru, o carpaccio, original do Norte da Itália, tem seu casamento exemplar no dolcetto, um tinto leve e fresco.
Ainda na Itália, o prato de carne mais lembrado é a bistecca alla fiorentina, cujo casamento “de manual” é com os tintos como Brunello di Montalcino ou um chianti clássico. Menos nobre, mas não menos tradicional, a dobradinha nos remete a Portugal, onde a receita clássica “tripas à moda do Porto” fica bem combinada a um tinto do Douro.
A fondue de carne, dourada em óleo, pede tintos frutados e macios do novo mundo, como um merlot brasileiro ou um carménère chileno. Se, contudo, a receita for de carne cozida em vinho, talvez o vinho ideal seja o italiano Amarone.
Ser Lapo Chianti Classico Riserva 2018 Do Mazzei, da Toscana, na Itália, elaborado com sangiovese (predominante) e merlot, com doze meses em barricas de carvalho. Vermelho rubi escuro. Aroma fragrante, floral e frutado, lembrando violetas, cerejas maduras, carvalho, terra. Paladar de médio corpo, com boa acidez e taninos estruturados. Indicado para bisteca. R$ 389,90, na Evino.
Signature Cabernet Sauvignon 2020 Da vinícola Encostas de Estremoz, do Alentejo, em Portugal. Monovarietal de cabernet sauvignon, com amadurecimento de doze meses em barricas de carvalho francês. Aroma frutado, com notas de cassis, chocolate, baunilha, especiarias. Paladar de bom corpo, taninos doces, acidez equilibrada. Indicado para a costela. R$ 135,18, na Wine.
Kopke Tinto Douro 2018 Da tradicional vinícola Kopke do Douro, em Portugal, tem touriga nacional, touriga franca, tinta roriz e tinta cão. Rubi escuro. Aromas de amora madura, cogumelos, café. Paladar de médio corpo, taninos macios, acidez moderada. Um tinto para o dia a dia, indicado para a dobradinha. R$ 149,90, na Evino.
Publicado em VEJA São Paulo de 3 de maio de 2023, edição nº 2939