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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti

Portugal oferece uma das maiores diversidades de vinhos no mundo

O pequeno território possui catorze regiões produtoras e cerca de 285 castas nativas

Por Marcelo Copello
Atualizado em 27 fev 2023, 16h09 - Publicado em 24 fev 2023, 06h00
Quatro garrafas de vinho
Vinhos de Portugal: diversidade é a palavra (Fotos/Divulgação)
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O lema dos vinhos portugueses é a diversidade, o maior diferencial do país ibérico. O pequeno território possui catorze regiões vinícolas, com 31 Denominações de Origem (DO), além de catorze Indicações Geográficas Protegidas (IGP). A diversidade de terroirs (climas e solos) também é exuberante.

Em seus quase 200 000 hectares cultivados, espraiam-se climas marítimos, semidesérticos, continentais, indo do mar à montanha, com solos que vão da argila à areia, passando por granito, xisto, calcário, entre outros terrenos. Por essa área, multiplicam-se cerca de 285 castas nativas, tornando Portugal um dos produtores que oferecem maior diversidade da bebida do mundo.

O brasileiro ainda pouco conhece, contudo, dessa variedade única, limitando-se, geralmente, às regiões mais famosas por aqui, no caso Alentejo, Douro e Minho (região dos vinhos verdes). As demais áreas são Trás-os-Montes, Távora-Varosa, Dão, Bairrada, Beira Interior, Tejo, Lisboa, Península de Setúbal, Algarve, Madeira e Açores.

Távora-Varosa, por exemplo, oferece espumantes de alto padrão, elaborados pelo método tradicional ou champenoise.

O Dão é chamado por muitos de “Borgonha portuguesa”, dada a elegância de seus tintos e a longevidade de seus brancos da casta encruzado.

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A Bairrada é a terra da tinta baga, casta temperamental que, se bem trabalhada, gera o que se classificaria como os “Barolos de Portugal”.

Tejo e Lisboa têm vocação para vinhos frutados e fáceis, de bom custo-benefício, que podem ser de castas internacionais. A Península de Setúbal dispõe, em seu tesouro, de moscatéis doces, mas também de grandes tintos da Palmela, ápice da casta tinta castelão.

A Ilha da Madeira oferece em seus fortificados homônimos algo único no mundo, vinhos que transpassam século de guarda. Açores, outra ilha portuguesa, está despontando com brancos minerais, como verdelho, terrantez do pico e arinto dos açores, que merecem ser conhecidas.

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EXPERIMENTUM SYRAH 2018 Do produtor Quinta Madre de Água, na região do Dão-Portugal, famosa pela elegância de seus tintos e brancos. Este syrah tem cor violácea, aroma frutado, com notas de ameixas, pimenta e balsâmicos. Seu corpo é médio, com taninos e acidez de média estrutura. R$ 179,90, na Evino.

THE SYRAH 2013 Do produtor Pinhal da Torre, da região do Tejo, elaborado com 100% syrah, amadurecido doze meses em barricas novas de carvalho americano e francês. Cor rubi-granada muito escura. Aroma concentrado de cerejas pretas bem maduras, chocolate, madeira nova, nota balsâmica, pimenta. Paladar encorpado, macio, taninos doces. R$ 329,29, na Wine.

POMAR ROSÉ 2020 Do produtor DFJ Vinhos, da região de Lisboa. Elaborado com caladoc 34%, syrah 33% e castelão 33%, sem passagem por madeira. Cor clara em tons cereja. Aroma frutado, com notas de morango, pêssego. Paladar leve e macio, com 12% de álcool, bom para aperitivo. R$ 109,90, na Evino.

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VINHA DO ESPOJEIRO TOURIGA NACIONAL 2019 Do produtor Quinta de S. Sebastião, da região de Lisboa. Elaborado com 100% touriga nacional, 40% do vinho passa dezoito meses em barricas de carvalho francês. Vermelho-rubi escuro, cor que se revela na taça. Aroma de bom frescor, com notas de amora madura, morangos, ervas, tabaco. Paladar de médio-bom corpo, macio, bons taninos, pronto. R$ 211,65, na Wine.

Publicado em VEJA São Paulo de 29 de fevereiro de 2023, edição nº 2830

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