Quando vou de carona em automóvel ou como passageiro em trens e ônibus, gosto do desafio de tentar fazer fotos da cidade com algum conteúdo interessante, vencendo as consideráveis dificuldades técnicas que a situação impõe. A dificuldade de enquadrar os elementos de uma cena a partir de de um veículo em movimento. Escolher um tempo de obturador que não deixe borrar a foto nem produza uma captura com luz insuficiente, face a condições de iluminação extremamente variáveis. Não perder o “instante decisivo”, já que um ou dois metros de deslocamento de seu próprio veículo ou a entrada repentina no campo de imagem de intrusos (outros veículos, pedestres) pode arruinar a ideia visual em um mero instante. O fato de que os vidros do carro sempre atenuam o contraste e alteram a representação de cores, introduzindo indesejaveis tons arroxeados e esverdeados. E a distorção óptica inerente a parabrisas e janelas, que entorta os assuntos.
Para complicar mais um pouco, estava munido de uma lente totalmente manual de 50mm. Contudo, o olho ainda é mais rápido e mais decisivo que a lente e o botão.
Bônus: a fumaça de um incêndio no Canindé, vista da Marginal Tietê.