✪✪✪ The Crown já nasceu polêmica e seus criadores sabem disso. A aclamada série da Netflix estreou sua quinta temporada na última semana e, como esperado, está dando o que falar.
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Apesar de não sabermos ao certo até que ponto os diálogos entre membros da realeza são verídicos (afinal, a produção se baseia majoritariamente em acontecimentos históricos), é sempre intrigante acompanhar os episódios — estes sempre bem dirigidos e atuados.
A nova leva não foca tanto o brilho da Coroa, mas sim o desgaste que a mesma impõe na vida da Família Real. Adaptando um período crítico nos anos 90, divórcio, discussões e incertezas permeiam grande parte das cenas. No entanto, é curioso observar que o tom crítico da série, sempre afiado quando direcionado ao comportamento da Rainha Elizabeth II e de seu filho Charles, está em menor escala.
Se a morte da monarca, em setembro, fez com que os realizadores “aliviassem” a tensão narrativa ao privilegiarem o lado dos protagonistas? Não se sabe, mas é possível. Outra possibilidade é o fato de algumas das figuras retratadas criticarem abertamente a obra.
Fato é que há uma grande diferença de tom entre a quarta e a quinta temporada, mas o novo elenco, formado por Imelda Stauton, Jonathan Pryce, Dominic West e a extraordinária Elizabeth Debicki, se encarrega de dar força aos capítulos. Lady Di é o carro-chefe, e ver uma personificação tão intensa como a de Elizabeth faz a maratona valer a pena. Assim como na vida real, ela é um ponto de luz difícil de se desviar.
Publicado em VEJA São Paulo de 23 de novembro de 2022, edição nº 2816
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