O filme Spencer, cotado ao Oscar 2022,entra em cartaz nas salas de cinemas no dia 27 de janeiro. Protagonizado por Kristen Stewart e dirigido por Pablo Larraín (que já dirigiu a cinebiografia de Jackie Kennedy, com Natalie Portman), o longa realça um período muito particular na vida da princesa de Gales.
Prestes a se separar do príncipe Charles (Jack Farthing), buscando dar atenção a seus filhos pequenos e tendo de lidar com a preocupação de ser julgada dentro e fora dos territórios da família real britânica, a protagonista está em um péssimo momento. De forma até um pouco fantasiosa, Larraín narra o que pode ter acontecido no último Natal que passou ao lado da rainha e seus parentes.
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Kristen, que há anos deixou de ser vista apenas como “a atriz de Crepúsculo”, demonstrando potencial para papéis fortes (Personal Shopper é um bom exemplo), prova seu talento na pele de uma figura icônica, ainda presente no imaginário popular.
É inevitável pensar que sua performance como Lady Di já na fase adulta colide com a atuação de Emma Corrin, que a interpreta ainda jovem e antes do casamento na série The Crown, da Netflix. Ambas externam as emoções da princesa com maestria, mas de jeitos diferentes.
Em Spencer, Diana já está completamente exausta da etiqueta formal em eventos familiares e desafia o marido e funcionários da rainha. Ela não consegue mais mentir (para os outros e para si mesma) e, ainda, enfrenta seu distúrbio alimentar.
O tom do filme, por vezes urgente com as atitudes impulsivas de Diana, é acertado para simular diálogos e emoções fora dos holofotes. E essa escolha criativa só serve de impulso para a atriz comover o público com um retrato sobre a mulher por trás de sua imagem pública.
Com 31 anos, Kristen deve ser indicada ao Oscar de melhor atriz pela primeira vez. Um trabalho digno de aplausos, que transmite solidão e afeto em medidas iguais.
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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de janeiro de 2022, edição nº 2773