‘Pistol’: minissérie sobre os Sex Pistols mergulha na rebeldia punk dos anos 70
Ótimo elenco, cores vivas e filmagem que transmite todo o caos da época ditam o tom dos seis episódios
✪✪✪✪ Danny Boyle, conhecido pelo filme ‘Trainspotting’, dirige a minissérie Pistol, disponível no Star+. Um mergulho nos anos 70, na época de crescimento da cultura punk no reino Unido, a produção é perfeita para uma boa maratona no sofá.
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As cores vivas, a filmagem que transmite todo o caos e inovação daquele momento e um elenco muito bem selecionado ditam o tom dos seis episódios. Os protagonistas são os problemáticos membros da finada banda Sex Pistols, que causou frenesi dos fãs e a fúria de quem não concordava com suas letras (um dos “alvos” foi a própria rainha Elizabeth II).
Todo o processo de construção e destruição da banda é contado de forma cronológica, com vislumbres da vida pessoal de cada integrante. Pistol é estrelada por Toby Wallace como Steve Jones, Jacob Slater como Paul Cook, Anson Boon como John lydon, Christian Lees como Glen Matlock e Louis Partridge como Sid Vicious.
Cada garoto brilha à sua maneira, com trejeitos praticamente idênticos às figuras reais. Completam o elenco Sydney Chandler como Chrissie Hynde, Talulah Riley como Vivienne Westwood, Maisie Williams como a icônica Jordan Mooney, Emma Appleton como Nancy Spungen e Thomas Brodiesangster como o agente Malcolm Mclaren.
Intrigas na arte e ficção
‘Pistol’ é baseada no livro de memórias do guitarrista Steve Jones, intitulado Lonely Boy: Tales From a Sex Pistol (2017). A história começa com a criação da banda The Strand, formada em 1972 por Jones como vocalista, Paul Cook como baterista e Wally Nightingale como guitarrista.
Após mudanças de nomes e integrantes — além da participação de Malcolm Mclaren como agente oficial —, Sex Pistols se consolidou em 1975 com John Lydon (vocalista), Jones (guitarra), Cook (bateria) e Glen Matlock (baixo). Esse último foi substituído pelo intenso Sid Vicious em 1977.
Violência e desafios marcaram a jornada dos Pistols dentro e fora dos palcos. A série narra boa parte dessas questões com fidelidade e impacto. A morte de Vicious, por overdose em 1979, assim como a ruptura da banda, ganha espaço em tela, mas há mais um fator que torna a produção tão polêmica: o verdadeiro Lydon (também conhecido como Johnny Rotten) nunca aprovou o uso das músicas do álbum Never Mind The Bollocks (1977) e classificou a série de Boyle como “desrespeitosa”.
Em 2021, ele chegou a processar seus ex-colegas, mas perdeu a batalha judicial. Para alegria dos fãs, todas as músicas estão presentes nos episódios.
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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de setembro de 2022, edição nº 2807