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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Pray Away retrata a realidade das terapias de conversão ao redor do mundo

Documentário da Netflix entrevista ex-membros de extinto grupo internacional que acreditava na "cura gay" e traz experiências angustiantes de testemunhas

Por Barbara Demerov
20 ago 2021, 06h00
A imagem mostra duas mulheres em um altar, se casando. Uma está de vestido, segurando um buquê, outra está de terno. À frente delas, uma outra mulher conduzindo a cerimônia.
Casamento homoafetivo: após terapia de conversão (Nerflix/Veja SP)
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Filmes como Boy Erased e O Mau Exemplo de Cameron Post mostram, por meio da ficção, uma verdade que fez e ainda faz com que pessoas sejam impelidas a encontrar a “cura gay” em terapias de conversão ao redor do mundo. No documentário Pray Away, disponível no catálogo da Netflix, a experiência de abordar esse tema sensível torna-se ainda mais impressionante pelo uso de materiais de arquivo e, especialmente, pelos depoimentos de ex-membros do grupo Exodus International, hoje extinto.

A organização, fundada nos anos 70 por membros de uma igreja evangélica, reiterava em seus discursos que homossexuais poderiam se tornar heterossexuais com orações para afastar esse “desejo”. Com a Blumhouse e Ryan Murphy (Glee e American Horror Story) como produtores, o filme mergulha na polêmica que afligiu milhares de pessoas nos Estados Unidos e em outros países de forma abrangente, expondo ambos os lados e dando atenção àqueles que foram líderes do Exodus.

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A partir das palavras de pessoas que acreditavam fielmente que a “cura” de uma orientação sexual existia, é possível ver o arrependimento em seus olhares. Inclusive, entrevistas destacam que ex-membros do grupo esconderam sua homossexualidade por anos.

Pray Away não aponta um único culpado, mas sim toda a crença de uma entidade que foi validada por tantas pessoas ao longo das décadas em prol do que era “ideal”. Entre as testemunhas que recontam suas angustiantes experiências, estão pessoas que se reencontraram (como Julie Rodgers, hoje casada com uma mulher) e deixaram de viver com uma pressão destrutiva. No entanto, o documentário mostra que as marcas desse passado ainda incomodam.

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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de agosto de 2021, edição nº 2752

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