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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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‘Pedágio’: cura gay é apenas uma das densas camadas de drama nacional

Novo filme de Carolina Markowicz está em cartaz nos cinemas

Por Barbara Demerov
1 dez 2023, 06h00
Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga em cena de Pedágio
Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga em cena de Pedágio (DIVULGAÇÃO/Divulgação)
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✪✪✪✪ Pedágio, novo filme de Carolina Markowicz, está em cartaz nos cinemas após ser exibido na programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

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Assim como em seu longa antecessor, Carvão, a diretora se mostra interessada em falar sobre questões complexas sem traduzir em tantas palavras, preferindo o silêncio ou, como contraste, situações bem claras que expõem questionamentos atuais e relevantes – especialmente diante de um Brasil “tradicional”.

Na trama, Maeve Jinkings retoma a parceria com Carolina na pele de Suellen, uma cobradora de pedágio de Cubatão. Ao mesmo tempo que se incomoda com Tiquinho (Kauan Alvarenga, ótimo no papel), seu filho gay, a protagonista aproveita seu emprego no pedágio para trabalhar na ilegalidade com o namorado Arauto (Tomás Aquino). Para Suellen, suas ações são totalmente justificadas em prol do bem de sua família e das aparências a serem mantidas. E a cineasta utiliza bem esse dilema para atingir em cheio uma mensagem repleta de contradições.

Pedágio fala sobre as discrepâncias dentro de uma parcela da sociedade que se autodefine convencional e tenta seguir o melhor caminho que convém para si. Além disso, adentra a polêmica da “cura gay” de um jeito mais incisivo, a fim de impactar o espectador.

Enquanto tudo isso acontece ao longo da projeção, Tiquinho tenta se encontrar enquanto adolescente num ambiente que o impossibilita ser livre e, aos poucos, vai tentando se desprender dessas amarras. A cena final, com mãe e filho encontrando uma forma abrupta para enfim se conectarem, é forte e memorável.

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Publicado em VEJA São Paulo de 01 de dezembro de 2023, edição nº 2870

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