O sucesso dos filmes Turma da Mônica: Laços e Turma da Mônica: Lições deixou uma marca difícil de ser apagada. Lições foi o filme brasileiro mais visto nos cinemas em 2022, conquistando mais de 700 mil espectadores, e trouxe um respiro às salas comerciais na retomada pós-pandemia. Mas ainda estamos no meio do caminho.
+‘João Sem Deus’ joga luz nos traumas de mulheres ligadas ao médium
Para 2024, uma nova etapa se inicia e os planos dentro do querido universo criado por Mauricio de Sousa envolvem histórias inéditas, além do avanço na linha do tempo. Afinal, o tempo passou e a turminha do Limoeiro eventualmente cresceu.
Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, novo capítulo com Mônica (criada há 60 anos por Sousa), Cebolinha, Magali, Cascão e Milena entra no gênero do suspense com novos atores na pele de importantes personagens da cultura popular brasileira.
Mauricio Eça (A Menina que Matou os Pais) é o diretor do longa após Daniel Rezende ter comandado os dois primeiros filmes, enquanto Sophia Valverde (Mônica), Xande Valois (Cebolinha), Bianca Paiva (Magali), Théo Salomão (Cascão) e Carol Roberto (Milena) entram para o quinteto (antes, o elenco era composto por Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira e Emilly Nayara, respectivamente).
Com estreia marcada para 18 de janeiro de 2024, a história baseada no mangá lançado em 2008 vai acompanhar a turma no Ensino Médio no Bairro do Limoeiro. O conflito se inicia quando os protagonistas descobrem que o museu local será leiloado e que algo misterioso pode estar acontecendo. A partir daí, decidem tomar uma atitude que traz à tona segredos antigos e assustadores.
As filmagens de Reflexos do Medo aconteceram em São Paulo e a Vejinha acompanhou um dia de filmagens, em abril. Para as locações, espaços como a Mansão Jafet, no Ipiranga, e o Colégio Notre Dame foram utilizados.
A mudança de ares, apesar de necessária para fazer a história andar da infância para a adolescência, teve certa resistência por parte dos fãs do elenco clássico, mas Eça garante que o DNA da Turma da Mônica será mantido. “São produtos diferentes que mantém o legado da Mauricio de Sousa Produções. Na época clássica, temos a infância, enquanto na juventude daremos destaque àquele momento em que eles começam a fazer suas próprias escolhas”, explica.
O cineasta define o criador da Turma da Mônica como “visionário e observador”: “o que ele fala é sempre certeiro. Mauricio tem um olhar muito profundo sobre esses personagens.”
O novo elenco, extremamente animado para chegar às telonas no início do ano, também não economiza nos elogios ao criador. “É um projeto nosso, brasileiro. Não estamos imitando ninguém”, afirma Carol, que ainda se diz orgulhosa de entregar inclusão ao público como uma protagonista negra.
E, apesar de só terem feito um filme juntos, Théo conta que a amizade da tela já passou para a vida real. Um dos papos do grupo é a expectativa para a estreia: “Estamos ansiosos, já ensaiando o que vamos falar na pré-estreia.”
Sophia diz compreender a chateação de alguns fãs com o anúncio do novo elenco, mas está confiante de que o público vai aprovar o resultado. Bianca, que evitou ler comentários na internet, completa: “nos quadrinhos, os personagens também mudaram. Eu apenas tentei absorver o que esperam da Magali como personagem, sem pensar apenas em seu visual.”
Publicado em VEJA São Paulo de 10 de novembro de 2023, edição nº 2867