Ferida, drama disponível na Netflix com Halle Berry (A Última Ceia), marca a estreia como diretora da ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2002. Na trama, ela é Jackie Justice, uma lutadora de MMA que saiu do esporte de forma brusca.
Nos dias atuais, sem muita sorte em empregos temporários, ela passa seus dias com raiva do passado e de suas experiências traumáticas. Porém tudo começa a mudar quando Jackie é convencida a entrar em um esquema de lutas clandestinas pelo empresário e namorado, Desi (Adan Canto).
+ Faroeste introspectivo, Ataque dos Cães traz Benedict Cumberbatch em ótima atuação
Um promotor (Shamier Anderson) promete levá-la de volta ao octógono, mas o caminho não será nada fácil. E isso não tem a ver apenas com os exercícios físicos que precisa fazer para voltar à forma, pois Manny (Danny Boyd Jr.), o filho de 6 anos que a protagonista abandonou, reaparece.
A partir desse ponto, ela deixa de ter apenas um foco na própria vida para, então, dar atenção a uma criança que mal conhece. Halle Berry dá tudo de si na frente e atrás das câmeras, demonstrando empenho em trazer resultados críveis a uma trama que aborda resiliência e dificuldades das mais variadas.
O roteiro se perde em alguns momentos por pressionar sempre a mesma tecla de resistência de Jackie, mas, no fim, a experiência ganha múltiplas camadas com a entrega da lutadora dentro e fora do ringue. Com o passar do tempo, vemos que as performances nas lutas são um símbolo do que a personagem quer ser na vida real.
Para fortalecer a história, o intérprete de Manny é uma das melhores adições no elenco e possui uma ótima dinâmica com Berry, o que resulta em momentos emocionantes.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 22 de dezembro de 2021, edição nº 2769