Falcão e o Soldado Invernal traz discursos universais à Marvel
A minissérie faz reflexões sobre política e desigualdade social em meio às cenas de ação
Após o sucesso de WandaVision, o Disney+ já possui mais uma aguardada produção da Marvel em seu catálogo. Falcão e o Soldado Invernal traz Anthony Mackie e Sebastian Stan de volta e amplia o alcance do estúdio — que se encontra cada vez mais fortalecido no streaming. Com seis episódios, a trama acontece após os eventos de Vingadores: Ultimato e apresenta a sociedade americana lidando com a ausência de Steve Rogers, o Capitão América (Chris Evans).
A minissérie aborda a política a fim de engajar o espectador não somente pelas cenas de ação, que ganham destaque em meio ao tom de espionagem. Com a introdução de Karli (Erin Kellyman), líder da Apátridas, organização que luta por um planeta sem fronteiras e igualitário, Falcão e o Soldado Invernal estabelece reflexões acerca do abandono de civis pelo próprio governo.
O plano de Karli se choca diretamente com a dupla formada por Sam Wilson (Mackie) e Bucky Barnes (Stan), que têm a intenção de manter vivo o legado de Rogers através da ordem e justiça.
NOVOS PERSONAGENS SUSTENTAM A BASE DA MARVEL COM RELAÇÃO AO FUTURO
Da mesma forma que WandaVision expandiu o espaço de Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) na Marvel, Falcão e o Soldado Invernal apresenta personagens inéditos na TV que sustentam a base do estúdio com relação às próximas séries e filmes.
Este é o caso de John Walker (Wyatt Russell), o Capitão América escolhido pelo Governo dos EUA, e a misteriosa Valentina Allegra (Julia Louis Dreyfus). São figuras que chamam a atenção pela imprevisibilidade. As intenções de cada um, de forma separada e conjunta também, já são capazes de criar expectativas.
No entanto, apesar de apresentar episódios inusitados e de inserir bem o contexto da coletividade e desigualdade social, Falcão e o Soldado Invernal possui uma linguagem bastante expositiva e repete suas mensagens desde o primeiro episódio.
Desta forma, as ideias se desgastam até o clímax, que entrega um desfecho animador, mas já esperado. O didatismo de alguns diálogos se contrasta diretamente com a intensidade de arcos da Marvel como no elogiado filme Capitão América: Soldado Invernal, em que o ponto central da história (a política) conduzia a narrativa sem precisar dar explicações contínuas ao público.
No mais, Stan e Mackie são mais do que capazes de segurar firme a qualidade da produção no quesito entretenimento. A dinâmica em dupla ora traz tiradas cômicas, ora mostra o amadurecimento de seus personagens nesta nova era da Marvel.
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Publicado em VEJA São Paulo de 05 de maio de 2021, edição nº 2736