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Exibido em Cannes, drama ‘Moneyboys’ aborda relacionamento gay na China

Com longos planos-sequência, filme é estreia do diretor C.B. Yi

Por Humberto Abdo
Atualizado em 2 fev 2024, 17h37 - Publicado em 2 fev 2024, 06h00
Dois jovens chineses se encaram em corredor de avenida.
Moneyboys (Pandora Filmes/Divulgação)
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✪✪✪✪ Quando um jovem da zona rural chinesa se muda para a cidade e passa a trabalhar como garoto de programa, uma solitária e melancólica jornada se inicia no novo drama Moneyboys, em cartaz nos cinemas a partir de quinta (8).

Conforme se ambienta e progride no mundo da prostituição, Fei (Kai Ko) conhece e se conecta com o charmoso e protetor Xiaolai (J.C. Lin). Um trágico acontecimento o afasta do parceiro e, anos mais tarde, Fei acaba sendo descoberto pela polícia. Ao retornar à cidade natal, a carga de vergonha e desejo cresce no enredo e fica cada vez mais aguçada.

Embora aceite seu dinheiro, a família de Fei se recusa a aceitar sua homossexualidade, arremessando o personagem em direção a um vazio existencial. Ao lado dele surge Liang Long (Yufan Bai), jovem da sua aldeia que decide segui-lo de volta à cidade.

Exibido no Festival de Cannes, o longa-metragem toca em um tema ainda sensível na China. Não à toa, o diretor estreante C.B. Yi escolhe construir uma narrativa apoiada naquilo que nem sempre é dito e muitas vezes opta por sugerir em vez de mostrar (especialmente nas sutis cenas de sexo). E faz isso com longos planos-sequência aliados a belos ângulos, repletos de detalhes e camadas — os mais estimulantes acontecem em rodas de pessoas à mesa, com diálogos sem cortes.

São recursos próximos do clássico Felizes Juntos, romance gay de Hong Kong lançado em 1997, mas com um tom mais moderno e ainda mais contemplativo, que expressa silenciosamente as dores e obstáculos do protagonista investido em se reconectar consigo mesmo e cicatrizar a culpa acumulada pelo passado.

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Publicado em VEJA São Paulo de 2 de fevereiro de 2024, edição nº 2878

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