Espíritos Obscuros, lançamento da Searchlight Pictures que está em cartaz nos cinemas, desenvolve sua trama a partir de uma criatura da mitologia das tribos indígenas americanas. Trata-se do Wendigo, monstro associado ao inverno, ao frio e à fome. No terror dirigido por Scott Cooper, uma pacata cidade no estado de Oregon é o palco de uma ameaça que surge das sombras e ataca uma família. Quando Julia (Keri Russell), professora do ensino fundamental, e seu irmão Paul (Jesse Plemons), um xerife, percebem que há algo de errado com aquele núcleo de personagens, a atmosfera amedrontadora se estabelece.
À Vejinha, Cooper, que comanda seu primeiro longa classificado como terror, diz que os dramas que fez no passado também se enquadram no gênero. “Se você olhar para os meus filmes, verá histórias sobre guerra, crimes e até mesmo sobre os horrores de ser um nativo americano sob um regime repressivo. Não é algo novo para mim. e acho que histórias de terror fazem tanto sucesso porque são para pessoas que estão interessadas na escuridão dentro de si, e que não querem encarar ou confrontar isso diretamente.”
Espíritos Obscuros também toca em questões psicológicas, como o abuso infantil. Para o diretor, essa mistura foi inquietante nas filmagens, mas fez com que o resultado alcançasse seu objetivo. “Eu queria que fosse incômodo e tenso, mas, acima de tudo, que fosse humano em seu centro. Keri e Jesse entenderam isso”, conta.
Cooper também destaca a participação essencial do cineasta Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno) no projeto, dessa vez no papel de produtor. “Eu não faria esse filme sem ele. Não há ninguém melhor em criar monstros ou criaturas do que Guillermo. Ele é um diretor de alto nível. E o que a maioria das pessoas não entende ainda é que ele também é um produtor de alto nível. Sempre que eu tinha alguma dúvida, ele estava lá. Foi um sonho.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de novembro de 2021, edição nº 2762