Homicídio na Costa do Sol, documentário sobre casos reais disponível no catálogo da Netflix, aborda eventos que mobilizaram centenas de espanhóis em 1999, prolongando-se até meados dos anos 2000. Quando a adolescente Rocío Wanninkhof foi assassinada de forma inesperada e violenta na cidade de mijas, localizada na Costa do Sol, a polícia logo encontrou uma suspeita: Dolores Vázquez, amante da mãe da vítima.
Nenhum indício na cena do crime comprovava que Dolores cometera tal ato, mas mesmo assim a cidade e o governo acreditavam na hipótese de crime passional. Dolores teria ciúme de Rocío e a mídia se apoiou em uma narrativa repleta de problemas familiares para trazer fechamento ao caso.
No entanto, em 2003, outra vítima encontrada na cidade de Coín com o mesmo padrão da jovem Rocío fez a polícia retomar a investigação e acabou inocentando Dolores, que estava presa. A jovem Sonia Carabantes, morta aos 17 anos, unificou a revolta que já fazia parte do caso de Rocío e, assim, alavancou mais atenção das pessoas — inclusive de uma mulher de outro país da Europa que suspeitava de um homem totalmente distante da investigação até aquele momento.
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Ao longo de uma hora e meia, o documentário narra todos os capítulos de ambos os crimes para trazer ao espectador uma conclusão, no mínimo, chocante. Homicídio na Costa do Sol traz depoimentos das mães das vítimas, investigadores dos casos e até mesmo da ex-mulher de Tony King, o verdadeiro assassino das duas garotas espanholas. Além disso, a produção também discute como o preconceito lGBTQiA+ influenciou diretamente no julgamento de Dolores, que teve de lidar com inúmeras injustiças.
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Publicado em VEJA São Paulo de 07 de julho de 2021, edição nº 2745