Belfast, dirigido e escrito por Kenneth Branagh (Morte no Nilo), estreia nos cinemas em 10 de março. Indicado em sete categorias no Oscar 2022, o filme é descrito pelo autor como seu trabalho “mais pessoal”.
Ambientado na Irlanda do Norte da década de 60, o protagonista é Buddy (Jude Hill), figura inspirada na própria infância de Branagh. A vida do garoto é cercada pelo amor dos pais, avós e vizinhos, mas a família, protestante e de classe trabalhadora, sofre com os violentos conflitos na capital.
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Filmado em preto e branco, o drama apresenta as delicadas nuances entre a pureza de Buddy (cujo olhar é o principal guia do espectador) e a preocupação intensa dos patriarcas, conhecidos apenas como “Ma” (Caitriona Balfe) e “Pa” (Jamie Dornan).
Além disso, a indecisão da dupla quanto a deixar definitivamente seu lar — repleto de memórias e raízes — para começar do zero em outro local é o que move a trama.
À Vejinha, Caitriona e Dornan falam sobre o lançamento. “Há uma inocência em ver as situações acontecerem por meio dos olhos de uma criança. Essa história é semiautobiográfica, é baseada em fatos da vida de Kenneth. Ele diz que é assim que se lembra como esses eventos se desenrolaram, é verdadeiro para com sua memória. Belfast é importante porque mostra, de uma forma muito humana, o impacto de algo assim e o efeito que os conflitos tiveram em toda uma família e também na juventude daquele lugar na época”, diz Dornan, que nasceu na Irlanda do Norte. “Eu conheço esses homens, e alguns deles são da minha família. Este é um projeto muito significativo para mim.”
Caitriona, que entrega uma performance emocionante como Ma, recorda a felicidade de Branagh durante as filmagens. “Ele contou a história da maneira que queria. Em algumas cenas, eu só o ouvia atrás da câmera rindo. Imagino que Kenneth reviveu belos momentos de sua infância — assim como os dolorosos.”
Para compor sua personagem, a atriz diz que se baseou tanto na vivência do diretor quanto em sua própria vida. “Quando li o roteiro, Ma pareceu alguém que já conhecia. Algumas das falas lembravam minha mãe. Essa coisa de ‘rápida para se irritar, mas rápida para amar’ é algo com o qual estou familiarizada. Além disso, tive sorte de haver tantas entrevistas on-line de mulheres daquelas ruas e daqueles dias exatos, dividindo suas experiências. Foi lindo ouvir e absorver aquelas vozes para, então, completar a performance”, explica.
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Publicado em VEJA São Paulo de 9 de março de 2022, edição nº 2779