✪✪✪ Arremessando Alto recém-chegou ao catálogo da Netflix e já figura no Top 10 do streaming. O motivo é totalmente plausível: Adam Sandler (Joias Brutas) protagoniza uma história permeada de desafios, conquistas e altos e baixos. O cenário? O mundo do basquete segundo um olheiro do esporte que já atua nessa área há um bom tempo.
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Stanley Sugerman (Sandler) é um ex-jogador que recebe a missão de encontrar um novo talento para a NBA. Quando conhece o jovem espanhol Bo Cruz (o carismático Juancho Hernangómez, que integra o time Utah Jazz na vida real), sua sorte finalmente pode virar. A narrativa flui muito bem e remete imediatamente a Rocky: Um Lutador, clássico de Sylvester Stallone e vencedor do Oscar de melhor filme em 1977.
Cruz é um pedreiro que joga apenas por esporte, mas aos poucos enxerga que é possível ter um futuro diferente. Os ringues de boxe são substituídos pelas quadras de maneira autêntica, passando longe de soar como uma imitação mediana (o que facilmente poderia acontecer se não fosse o roteiro, que é inteiramente focado nesse universo). O gênero dramático e a atmosfera de superação marcam presença, mas ao mesmo tempo são equilibrados com a ótima atuação da dupla principal.
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Sandler (fã convicto de basquete) sempre foi conhecido por trabalhar na comédia, mas, assim como em Joias Brutas e Embriagado de Amor, mostra-se em perfeita sintonia com o tom mais sério de Arremessando Alto. Seu papel de treinador, já um pouco cansado por ter tentado dar o seu melhor em outras situações, é emocionante.
Ao lado de Hernangómez, o singelo “time” formado aos poucos é retratado com sutilezas, exibindo os contrastes nesse mercado. Integram também o elenco Ben Foster, Queen Latifah e o veterano Robert Duvall.
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Publicado em VEJA São Paulo de 22 de junho de 2022, edição nº 2794