As palavras determinam a nossa felicidade
A fonoaudióloga Débora Brum fala sobre a efetividade do enfoque positivo para a geração de mudanças significativas na vida das pessoas
As palavras que usamos determinam a qualidade dos nossos sentimentos, relacionamentos, ações, resultados e até a nossa felicidade. Acredito que o mundo seria melhor e as pessoas mais felizes se aprendêssemos a falar mais sobre o que está certo, em vez das coisas erradas, se houvesse mais elogios do que críticas, mais agradecimentos e menos reclamações.
+ Nasci para sofrer ou para ser feliz?
+ Casa Clã: existir é coletivo
Porém vivemos imersos numa cultura de negatividade, que valoriza mais as notícias ruins do que os bons acontecimentos. Basta ligar a TV para perceber uma coisa: os noticiários dão enfoque às tragédias e aos problemas, e quase nunca mostram as notícias boas, as conquistas e ações positivas. Sem nos darmos conta, nos deixamos infectar e depois nos tornamos “portadores” desse comportamento, lamuriando, reclamando, resmungando, criticando ou lamentando.
A nossa educação por muito tempo foi baseada no foco negativo, com os pais usando a linguagem negativa com seus filhos: “não teima”, “não grita”, “não sai daqui” — ao invés da linguagem positiva: “obedeça”, “fale mais baixo”, “fique aqui”. esse padrão de comunicação ao qual fomos submetidos desde a nossa infância criou padrões de pensamento e linguagem negativos que usamos até hoje, nos relacionamentos pessoais e profissionais, e na maior parte do tempo não temos consciência disso e quanto isso impacta na nossa felicidade.
A boa notícia é que essa realidade está mudando, graças a estudos em diversas áreas como, por exemplo, a educação positiva e a psicologia positiva, que vêm demonstrando e comprovando cientificamente a efetividade do enfoque positivo para a geração de mudanças significativas na vida das pessoas.
A linguagem positiva pode e deve ser usada para: encorajar; agradecer; valorizar; estimular; engajar; celebrar; reconhecer; enaltecer; motivar e inspirar. Analisando esta lista, você reconhece essas ações como hábitos no seu dia a dia? Foca seus pensamentos na positividade ou negatividade? Se considera otimista ou pessimista? Suas palavras valorizam ou desvalorizam? Engajam ou desencorajam quem está a sua volta? Fortalecem ou enfraquecem suas ações e seus resultados?
Quando aprendemos a nos comunicar, interna e externamente, de maneira positiva, geramos sentimentos mais positivos e, assim, comportamentos mais adequados. Você precisa sistematicamente perceber as palavras que usa no seu dia a dia mudando e gerenciando sua intensidade emocional.
Manter o foco positivo nos pensamentos e nas palavras gera ações mais assertivas, facilita os diálogos, promove mais colaboração e menos resistência. Ou seja, proporciona um ambiente feliz para todos! Que tal tentar?
Débora Brum é fonoaudióloga empresarial com mestrado em distúrbios da comunicação humana pela Universidade federal de Santa Maria (UFSM/RS), especialização em voz pelo centro de estudos da Voz (CEV/SP) e especialização em reabilitação em fonoaudiologia pelo IPA/RS e SBC/SP. É autora do livro Comunicação Assertiva, publicado pela Literare Books International.
A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br