Assinado por Waldete Tristão e ilustrado por Caco Bressane, o livro Conhecendo os Orixás — de Exu a Oxalá apresenta de forma didática algumas divindades afro-brasileiras. O volume é parte de uma coleção de dezoito livros com a temática propostos pela editora Arole Cultural e ganhou uma versão em inglês, vendida nos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália. A autora conversou com a Vejinha.
Como surgiu a ideia para o livro?
Foi em 2006, quando meu filho Róbson Gil, na época com 13 anos, entrou no último ano do Ensino Fundamental II. Ele aprendeu muito sobre mitologia grega e nada sobre nós mesmos, sobre mitologia africana, os orixás. Combinamos que, um dia, faríamos esse livro juntos. Eu iria escrever e ele ilustrar. Mas foi só em 2018, um ano depois de sua morte, que eu decidi retomar o projeto.
Qual é o seu objetivo com ele?
Como educadora, espero que a história e a cultura dos povos afro-brasileiros sejam incluídas nos currículos das escolas de educação infantil. Se há espaço para aprender sobre a Grécia antiga, por que não sobre os orixás?
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Você acredita que a temática é suficientemente conhecida no Brasil, em especial entre as crianças?
Não. Em geral, desconhecemos ou ignoramos a existência e relevância dos descendentes africanos no país. E é justamente essa ignorância que gera inúmeros episódios de racismo, preconceito e discriminação.
Como tem sido a repercussão?
Recebo muitas mensagens de adultos e crianças encantados com a história. Há vários leitores novinhos, ainda não alfabetizados, que se divertem com as imagens do livro. Os pais também aparecem dizendo ter vencido o preconceito com o tema após conhecer os orixás com os filhos.
Publicado em VEJA São Paulo de 23 de setembro de 2020, edição nº 2705.