Se você nasceu depois da década de 70, provavelmente já passou algumas tardes da infância brincando com os característicos blocos LEGO. As pecinhas coloridas, que vêm em diversos formatos e tamanhos, possibilitam as mais diferentes invenções. Mas, mesmo que eu tenha sido uma criança criativa (e me sinta relativamente habilidosa na arte de construir coisas), a exposição em cartaz The Art of The Brick: DC Heroes está completamente fora da minha capacidade. E paciência. A mostra fica em cartaz até 30 de novembro e começa nesta sexta (20).
Nathan Sawaya é um artista nada tradicional: no lugar de pincéis e tintas, ele monta suas esculturas e quadros com os minúsculos blocos. Vale ressaltar que o processo não é automatizado. Cabe ao profissional posicionar cada uma das peças para formar as obras. Posteriormente, elas são coladas umas nas outras, para que não aconteça nenhum acidente durante o transporte.
O norte-americano já esteve em São Paulo em 2016 com uma mostra semelhante, também na Oca do Ibirapuera. Na ocasião, foram mostradas criações próprias e adaptações de grandes títulos da arte clássica, como os quadros O Grito (Edvard Munch) e A Noite Estrelada (Van Gogh). Em 2019, quando se comemoram os 80 anos do Batman, as produções de Nathan se tornaram temáticas: estão lá apenas personagens do Universo DC, como Mulher Maravilha, Flash e, é óbvio, o homem morcego.
Trata-se da maior atração do tipo no mundo. São 138 figuras expostas, que reúnem cerca de 2 milhões de blocos. Logo no início, o visitante tem a oportunidade de “bater um papo” com o Coringa. Há uma poltrona para posar ao lado do personagem (feito de LEGO, claro). Atenção: essa é a única peça pensada especificamente para fotos. Nada te impede de posar com as outras esculturas – mas esse não é o objetivo principal.
Alguns heróis garantem sua própria sala particular, com cerca de cinco esculturas cada uma. Fora isso, não existe um tema muito claro nos ambientes e os itens aparecem bem misturados. Entretanto, isso não prejudica a experiência geral.
A segunda sala é uma das melhores. Ali, surge uma estátua em escala “real” de cada um dos principais heróis, Flash, Batman, Super-Homem, Mulher-Maravilha, Aquaman, Ciborgue e Lanterna Verde. As peças contam com seu próprio cenário, com direito a jogos de luz neon.
Também merece destaque o espaço do Batman, onde estão duas peças notáveis, a capa da primeira revista em quadrinhos do personagem e uma escultura do homem morcego “construindo a si mesmo”. A ambientação de Gotham e os efeitos sonoros contribuem para a experiência.
No entanto, o mesmo não pode ser dito da Batcaverna. A última sala se mostra decepcionante. Ali, fica estacionado o Batmóvel, a criação que mais demorou para ser concluída. Por si só, ele impressiona. Mas, a maneira como está disposto, sozinho no centro de uma sala enorme, se vê pouco atraente.
No final, o visitante também pode se divertir com alguns jogos de videogame da marca LEGO. Ainda estão disponíveis várias peças para quem quiser se arriscar com criações próprias.
Vale a pena? Sim. As peças são impressionantes e apelam para o lado nostálgico dos adultos. Crianças também devem se divertir com as produções coloridas. É válido reservar um tempo para brincar no último ambiente. Oca do Ibirapuera, próxima ao Portão 2 do Parque Ibirapuera. Terça a sexta, 9h às 20h; sábado e domingo, 9h às 19h. De 20 de setembro a 30 de novembro. R$ 40,00. Ingressos a venda no Livepass.