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Ilan Brenman: “Não há competição entre um celular e um tempo de qualidade com os filhos”

Premiado autor infantil acaba de lançar 'Desligue e Abra', livro que estimula os pequenos a se desconectarem das telas. Confira entrevista

Por Júlia Rodrigues
Atualizado em 6 jan 2023, 10h18 - Publicado em 6 jan 2023, 06h00
Ilan Brenman: mais de setenta obras publicadas
Ilan Brenman: mais de setenta obras publicadas (Divulgação/Divulgação)
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Desligue e Abra (2022, 48 págs., Moderna) é o novo livro de Ilan Brenman, autor infantil com mais de setenta obras publicadas e mais de 3 milhões de títulos vendidos no país e no mundo. Nele, Ilan, que além de escritor, é psicólogo, educador e pai, propõe cenários para os pequenos imaginarem e brincadeiras que envolvem o próprio livro. A obra mostra que desligar os aparelhos eletrônicos, sejam eles celulares, tablets ou televisores, pode ser muito divertido. Com capa branca e dura, funciona como um livro-objeto, que pode, por exemplo, ser usado como base para empilhar outros objetos, como é sugerido nas próprias páginas. As ilustrações de Veridiana Scarpelli, feitas a canetinha, completam a diversão.

'Desligue e Abra': novo título é um livro-objeto
‘Desligue e Abra’: novo título é um livro-objeto (Editora Moderna/Divulgação)

Qual o impacto, a curto e longo prazo, do uso excessivo de telas por crianças?

São muitos, tanto psicológicos quanto físicos. A criança é um ser flexível. O aparelho gera uma imobilidade no corpo. Se ela fica muito tempo parada em uma posição só, vai ter complicações. A visão também é muito afetada. Falando de aspectos sociais, é fato que, quanto mais tempo você fica nos gadgets em geral, menos você socializa com outras pessoas e outras crianças, o que é essencial nessa fase. Outro problema é a falta de começo, meio e fim. O mundo virtual é um contínuo perpétuo, mas nosso cérebro gosta de coisas com começo, meio e fim, por isso amamos ouvir histórias. As telas podem ser usadas, claro, mas com equilíbrio e moderação.

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A partir de que idade incentivar o hábito da leitura nos pequenos?

Começa quando ainda são bebês. Eu li pela primeira vez para bebês há vinte anos, em uma UTI neonatal. A enfermeira segurou no colo um bebê de uns 4 meses, ele estava internado, com vários aparelhos conectados ao corpo e não parava de se mexer, incomodado. Em poucos minutos de leitura, ele adormeceu. Os bebês gostam da voz humana e entendem, com o passar do tempo, que a leitura é uma forma de ficar próximo dos pais ou cuidadores. Não precisa treinar entoação, nada. Basta ler de uma forma gostosa e suave e criar o hábito.

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O que pais e responsáveis podem fazer para diminuir a frequência do uso de telas dos pequenos que já estão acostumados a elas?

Não há competição entre um celular e um tempo de qualidade entre pais e filhos. Se você propuser para uma criança, por exemplo, em vez de brincar com o celular, ler uma história, ela com certeza vai preferir. Os pais e mães precisam se mostrar dispostos a isso.

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Publicado em VEJA São Paulo de 11 de janeiro de 2023, edição nº 2823

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