A saudade está pegando no Aquário de São Paulo — pelo menos para as focas e a lontra. Segundo o oceanógrafo Ricardo Cardoso, as espécies sentiram falta da interação com o público. Nesse caso, foram utilizadas técnicas e atividades para minimizar os efeitos negativos. O cuidado com os bichinhos segue normal e não houve grandes alterações no comportamento deles, mas alguns horários foram modificados por causa das novas escalas da equipe de funcionários. São duas turmas com cerca de 15 pessoas que se alternam a cada três dias. Os protocolos de higiene foram intensificados. Para minimizar os efeitos do isolamento, a instituição está vendendo ingressos com o preço único de R$ 40,00, com validade até o fim de 2020. Os valores normais variavam entre R$ 60,00 (crianças até 12 anos) e R$ 90,00, antes da quarentena em razão da pandemia.
+ Assine a Vejinha a partir de R$ 6,90 mensais.
Fechado desde o dia 20 de março, o Zoológico de São Paulo informa que está operando internamente com revezamento de funcionários. São duas equipes com, em média, 45 pessoas, distribuídas entre área técnica, cuidadores e manutenção. De acordo com Ana Maria Beresca, chefe da divisão de ciências biológicas, a única mudança observada no comportamento dos animais ocorreu na família de chimpanzés, que teve um filhote pouco antes da quarentena. “Eles estão mais tranquilos. Normalmente, com o público, a mãe estaria em uma posição mais defensiva”, explica Ana Maria. Nas áreas de primatas e felinos foi adotado um novo protocolo sanitário, que torna obrigatório o uso de máscara, luvas, propés (espécie de sapatilha descartável) e jaleco. No último dia 15, foi lançada a campanha Amigos do Zoo, que incentiva a compra de ingressos adiantada e com descontos. O valor dos tíquetes, que saem a R$ 25,00 e podem ser usados após o período de isolamento, é usado na manutenção do parque.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 6 de maio de 2020, edição nº 2685.