Nem teatro das princesas de Frozen, nem a última festa de aniversário ou o álbum de figurinha quase completo foram mais assunto lá em casa com a minha pequena que a exposição Yayoi Kusama – Obsessão Infinita. Uma pena, não fui eu quem a acompanhou durante a visita ao instituto Tomie Ohtake, mas ela gostou tanto que já estamos programando um retorno antes que a mostra chegue ao fim, em 27 de julho.
A minha sugestão é que você, leitor com filhos, faça o mesmo. Aproveite as férias escolares e fuja num dia de semana (pois as filas aos finais de semana são longas e insuportáveis para as crianças) e passe o dia no instituto, almoce no Santinho (onde menores de cinco anos não pagam pelo bufê) e desfrute, antes ou depois, de uma incrível experiência.
Fiquei surpresa como a mostra da artista obcecada pelas formas circulares impactou tantas crianças que conheço. Na classe da Dália, onde estão alunos com uma média de quatro anos, foram muitos os que narraram sua experiência na exposição no chamado “caderno de vivências”. Os filhos de amigos, mais velhos e mais novos do que eles, também comentaram comigo o quanto amaram mergulhar naquele universo abstrato e muito viajante.
Se o passeio é todo muito interessante, com destaque para a sala onde “todo mundo pode colar bolinhas em tudo” e a “dos espelhos infinitos, onde as luzes piscam e parece que você vai cair, mas não cai”, para usar as exatas palavras da minha filha, a visita rende ainda muito pano para manga depois, em conversas em casa.
“Por que ela só desenhava bolinhas?”, “por que ela fez uma branca de neve?”, “por que nessa foto aqui ela está pelada com essas bolinhas tatuadas? Essas tatuagens saem?”. Mais do que impactante para os pequenos, a exposição da artista é um ótimo ponto de partida para tecer um conceito próprio de arte.
Ainda falando sobre exposições muito bacanas para crianças:
OSGEMEOS com seus bonecos gigantes amarelos e seu universo psicodélico estão em exposição na Fortes Vilaça até 16 agosto. Outro programão para as férias.
A imensa instalação Transarquitetônica, de Henrique Oliveira, no MAC, é outra experiência que permite muita interação com os espaços e formas. As crianças amam. Fica aberta ao público até 30 de novembro.