“Precisamos Falar sobre o Kevin”
Por Miguel Barbieri Jr. No drama, a diretora e roteirista escocesa Lynne Ramsay fez algumas alterações na estrutura do livro homônimo, sobretudo limando a narrativa em primeira pessoa presente no original. Nos primeiros minutos, a realizadora usa o vaivém do tempo, mas sem confundir o espectador. Dá para adiantar: no presente, Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) […]
Por Miguel Barbieri Jr.
No drama, a diretora e roteirista escocesa Lynne Ramsay fez algumas alterações na estrutura do livro homônimo, sobretudo limando a narrativa em primeira pessoa presente no original. Nos primeiros minutos, a realizadora usa o vaivém do tempo, mas sem confundir o espectador. Dá para adiantar: no presente, Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) vive acuada e está à procura de emprego. Sem marido nem amigos, ela encontra uma vaga como digitadora numa agência de viagens. Nas ruas, costuma receber olhares enviesados — isso quando não leva um tapa na cara de estranhos. Motivo: Eva é mãe de Kevin, preso por uma barbárie. A história, então, acomoda-se no passado para enfocar o começo de tudo. Casada com Franklin (John C. Reilly), ela teve Kevin e já o achava estranho ainda bebê. A criança (Rock Duer) era malcriada, turrona e não havia nela nenhuma ligação sentimental com Eva. Maiorzinho (e interpretado pelo ótimo Jasper Newell), ficou pior. Virou um menino dissimulado e provocador, porém esperto e inteligente. Aos 16 anos (papel do ator Ezra Miller), Kevin decidiu aliar sua rebeldia à crueldade. Por meio da soberba atuação de Tilda, compreende-se o andar sem rumo e o olhar vago da amargurada personagem. Contado de forma envolvente e liderado por uma estrela em absoluto estado de entrega, esse duelo psicológico provavelmente não deixará a plateia indiferente.
+ “Precisamos Falar sobre o Kevin”: onde assistir
+ Os melhores filmes em cartaz; salas e horários
Avaliação: ✪✪✪✪