Quer ouvir uma história linda? A vira-lata Preta viveu quase duas décadas nas ruas. Dormia embaixo de uma banca de jornal no Jardim São Luís, na Zona Sul da capital. O dono do estabelecimento cuidava do pet como podia. Logo antes de morrer, o senhor, que faleceu há três anos, pediu à esposa para olhar pela cadela. Isso não aconteceu.
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Abandonada, a peluda comia restos, desenvolveu dois tumores nas mamas e sofria com carrapatos e pulgas. Ao saber da situação, uma protetora de animais resolveu intervir. Fotografou Preta e pediu ajuda no Facebook. A mascote foi parar em um abrigo em São Mateus.
Com uma campanha pela internet, conseguiu-se pagar uma cirurgia para o animal. Entretanto, depois de três anos, os responsáveis pelo abrigo, sem recursos, precisaram fechar as portas.
A protetora Tati Oliveira entrou em cena e batalhou para encontrar interessados em adotar a vira-lata de cerca de 20 anos de idade. “Achei que ela merecia dias de paz e amor”, disse. A missão era difícil. A adoção de idosos costuma se mostrar rara.
Porém, o improvável aconteceu. Há um mês, a operadora de sistemas Andréa Cristina viu o anúncio de Tati nas redes sociais e se sensibilizou. Hoje, a vira-lata Preta Poesia, como foi rebatizada, mora em uma casa em Jaú, no interior, junto de cinco outros cães. Adora brincar com bolinhas, mesmo andando com dificuldades, e come ração, arroz, frango e cenoura.
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“As pessoas dão preferência para adotar filhotes ou cães de raça, então resolvi acolhe-la”, afirma Andréa. “Não sei quanto tempo ela ainda tem pela frente, mas quis proporcionar um lar para ela. Acho que hoje está mais feliz.”