Infelizmente não nasci poeta. Por isso os versos que vão gotejar, em pílulas, neste blog são retirados de um dos melhores livros já publicados sobre os prazeres do álcool, A arte do rabo de galo. Escrito por Luiz Lobo e Leopoldo Adour da Câmara, em 1965, para a editora Civilização Brasileira, é uma raridade para ser garimpada nos sebos, enquanto eles ainda existem.
“Nothing, Sir
O gêlo, em cubos,
vai no copo old-fashioned,
com dez gôtas de Campari
por cima, tudo coberto
de uísque.
Mexa
e sirva,
sem enfeites.”
“Nervous Breakdown
Duas doses de gim
para meia de vermute doce
e uma colher de chá
de água de flor de laranjeira.
Mais uma gôta de Angostura
em cada copo.
Gêlo picado.
Mexa e sirva
com uma cereja.”