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O test drive da caipirinha delivery do Veloso

Testamos. E não foi na primeira vez que conseguimos. Tivemos  que “alugar” outros dois ceps até sermos contemplados com a possibilidade de receber a visita do motoboy do Veloso. Quem mora pelas bandas de Pinheiros e do Itaim, fuen, fuen, fuen, pode desistir que esse bar não vai a sua casa. Terça-feira (21/7),  21h16,  chuva fininha, relógios […]

Por Leonam Bernardo
Atualizado em 27 fev 2017, 00h48 - Publicado em 24 jul 2013, 16h09
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  • O kit delivery

    Testamos. E não foi na primeira vez que conseguimos. Tivemos  que “alugar” outros dois ceps até sermos contemplados com a possibilidade de receber a visita do motoboy do Veloso. Quem mora pelas bandas de Pinheiros e do Itaim, fuen, fuen, fuen, pode desistir que esse bar não vai a sua casa. Terça-feira (21/7),  21h16,  chuva fininha, relógios marcando 8 C e um cep no Paraíso à mão. Tudo certo para pedir caipirinhas, coxinhas e bolinhos do bar que estava a apenas 3km, mas separado por uma noite infinitamente gelada e um sofá quentinho, quentinho.

    Foi preciso ouvir alguns bons pares de bips até uma moça atender do outro lado da linha. Simpática, confirmou o delivery, mas disse que primeiro precisaria do telefone, do pedido e do cep ( “para ver se podemos entregar aí”) do possível cliente. Pedido feito, ela até ajudou a sugerir um das 18  possibilidades de  caipirinhas (ficamos com duas: tangerina  com pimenta dedo-de-moça e caju com limão) e decretou: vai demorar de 40 a 50 minutos. OK!

     

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    22h16, ligo de volta:

    — Minha querida, cadê minha caipirinha? Estou começando a tremer, de fome, de frio e de abstinência.

    — Desculpa, moço. Hoje estamos com muitos pedidos. O seu já saiu, deve estar chegando.

    .

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    22h24, toca o interfone. Desço e um congelante cavaleiro das duas rodas está lá com aquela mochilona típica dos entregadores de pizza. No saquinho pardo, duas caixinhas com os comes, e de um mini isopor de pescador, com uma bolsa de gelo, dois copinhos de isopor (igual aos de servir capuchinos e macchiatos mundo afora).   A conta é paga com cartão de crédito, e a caixinha com grana ao vivo (indispensável, ainda mais naquela geladeira em formato de noite).

    As coxinhas chegaram exatamente como elas são servidas lá. Anêmicas, massudas e com o recheio melecado e enjoativo. Com uma delicadeza ímpar, digna de um quartel de Osasco.


    Já as caipirinhas… AS CAIPIRINHAS. Mesmo naqueles copinhos vagabundíssimos elas estavam exatamente como acolá. Saborosas, na medida certa, com o gelo geladíssimo, nada diluídas e perfeitas. Pena que acabam em cinco minutos e a possibilidade de um repeteco estava há outra 1h08 de distância. Por essas e por outras é que a experiencia existencial do BAR (aquela que inclui ver um monte de mulher bonita, falar mal do Corinthians, do São Paulo, do Santos, do Palmeiras, da vida alheia, dos chefes e de todos o opressores divinos ou não) é insuperável, mesmo em uma noite gelada.

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    A conta?

    R$ 81,50. Sendo R$ 8,00 de taxa de entrega; R$ 23,00 da porção de coxinha; R$ 16,00 do bolinho de arroz (coadjuvante nessa história); R$ 16,00 da caipirinha de pinga e R$18,50 da caipirinha de vodca.

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