Sarah Meister, curadora de fotografia do Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York, concedeu ao blog Arte ao Redor uma entrevista sobre a exposição Fotografia Modernista Brasileira. A mostra figura no calendário de 2021 da instituição americana, com previsão de abertura para 21 de março. Confira abaixo trechos do bate-papo.
Quando ouviu falar do Foto Cine Clube Bandeirante?
Provavelmente em 2005, quando o MoMA adquiriu duas fotos de Geraldo de Barros (1923-1998). Depois, entre 2013 e 2015, nós obtivemos fotos de Gaspar Gasparian (1899- 1966). Mais tarde, apareceu outra conexão: tínhamos fotos de Thomaz Farkas (1924-2011) no nosso acervo. Enfim, veio o clique, os três eram parte da mesma turma, o FCCB. Pensei então que precisava estudar e conhecer melhor esse grupo.
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E quais você acha que foram as contribuições deles à história da arte?
É uma produção bastante significativa. Eles eram um grupo de fotógrafos amadores que oferecem um modelo a essa forma de produzir. E isso vem acompanhado de experimentações artísticas de vanguarda, que resultam em trabalhos criativos e inovadores. É muito grave que eles estejam ausentes das narrativas sobre fotografia discutidas na Europa e na América do Norte.
É possível relacionar o trabalho deles com o que se vê hoje no Instagram?
Nos dois, há um viés democrático que passa pela coexistência entre obras muito distintas, um mix de trabalhos bons e ruins, que é algo estimulado pelo amadoris mo. O FCCB, porém, estava distante de uma rede mundial. No Instagram é outra coisa, estamos conectados.
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de outubro de 2020, edição nº 2710.