Pinacoteca retrata o caipira na arte do século 19
Mostra reúne cerca de setenta obras, de 35 artistas, incluindo quadros pintados entre as décadas de 1880 e 1890 por Almeida Júnior
Caipiras: das derrubadas à saudade, em cartaz no segundo andar da Pinacoteca Luz, faz uma análise histórica da construção da figura do caipira na arte. Com curadoria de Yuri Quevedo, reúne cerca de setenta obras, de 35 artistas, incluindo quadros pintados entre as décadas de 1880 e 1890 por Almeida Júnior (1850-1899), um dos principais nomes da arte brasileira do século XIX.
Duas delas, Caipira picando fumo (1893) e Amolação interrompida (1894), estão entre as vinte obras transferidas pelo Museu Paulista para a Pinacoteca em 1905, ato que marca sua fundação, que completa 120 anos em 2025.
Na primeira sala, o visitante acompanha um apanhado da construção do personagem caipira, com trabalhos que representam o ambiente rural e seus afazeres do dia a dia, incluindo obras de nomes como os italianos Carlo de Servi (1871-1947) e Antonio Ferrigno (1863-1940) e o catalão Lluís Graner (1863-1929), companheiro de trabalho de Antoni Gaudí (1852-1926).
Em um segundo momento, a mostra foca em outros grupos do período colonial, como bandeirantes, entendidos como antecedentes da figura do caipira, e em obras que retratam a derrubada das florestas. São expostas peças de outros acervos, como O derrubador brasileiro (1879), de Almeida Júnior (1850-1889), do Museu Nacional de Belas Artes, e Os descobridores (1899), de Belmiro de Almeida (1858-1935), do Museu Diplomático do Itamaraty.
A exposição também retrata a relação dos caipiras com a cultura, a natureza e a vida doméstica em obras como Saudade (1899), de Júnior.
Pina Luz. Praça da Luz, 2, Luz. ☎ 3324-1000. Qua., sex a seg., 10h/18h (entrada até 17h). Qui., 10h/20h. R$ 30,00 (grátis sáb., 10h/17h, e qui., 18h/20h). Até 13/4/2025. pinacoteca.org.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 29 de novembro de 2024, edição nº 2921.