Em Ostentar É Estar Viva, Panmela Castro cria uma pinacoteca — termo que, além de museus, pode se referir a uma coleção de quadros — com retratos de pessoas que mantêm relações de confiança. Parte dessas obras pertence à série Vigília, feita durante a pandemia, e traz nomes como o artista Moisés Patrício (2021), com sua serenidade transbordante, e MC Carol, com altivez que dispensa validação.
Apesar de estar fincada na pintura, Panmela leva para o espaço expositivo outras linguagens, como a fotografia, que traz os bastidores das sessões nas quais produziu os trabalhos. Há também por lá, vídeos e prints de comentários em redes sociais, os quais ajudam a costurar a narrativa, que é autobiográfica.
Há que falar ainda de um letreiro Eu Sobrevivi-Não Residência (2021), em que pedacinhos de espelhos parecem ecoar o grito dela (e de muita gente). Tal obra nos leva para um dos poemas mais conhecidos da americana Maya Angelou, Still I Rise, em português, “Ainda assim, eu me levanto”. Natureza Morta III — Da Série Mulheres Negras Não Ganham Flores (à esq.; 2021) fecha com sua frustração lodosa por aqui o trajeto.
Galeria Luisa Strina. Rua Padre João Manuel, 755, Cerqueira César, ☎ 3088-2471. Segunda a sexta, 10h às 19h; sábado, 10h às 17h. Grátis. Até 29 de janeiro de 2022.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de novembro de 2021, edição nº 2764
RelacionadasCidadesVestido vegetal? Marcas e serviços sustentáveis crescem em São PauloCultura & LazerCripta da Catedral da Sé recebe concertos gratuitos aos sábadosCultura & LazerMural gigante no centro traz releitura de O Lavrador de Café, de Portinari