Museu Afro inaugura sala de projeção e abre individual de Rafaela Kennedy
Instituição agora tem espaço voltado para a exibição de videoinstalações, filmes e obras em movimento; inaugura ainda uma coletiva com obras do acervo

O Museu Afro Brasil Emanoel Araújo inaugura três exposições neste sábado (12). Uma delas marca a abertura de sua nova Sala de Projeção, espaço no térreo voltada para a exibição de videoinstalações, filmes e obras em movimento.

Trata-se do curta-metragem Thinya, de Lia Letícia. A obra é narrada por Maria Pastora Thinya, artesã do povo Fulni-ô, comunidade indígena de Pernambuco. Thinya narra relatos de viajantes europeus no Brasil entre os séculos XVI e XVIII, mas na língua de seu povo, o yathê. Sua fala está sobreposta a imagens de álbuns de família encontrados em um mercado de pulgas em Berlim. Todas essas passagens interligadas constroem uma obra que desmonta os regimes coloniais de representação.

Na marquise, o museu recebe Proteção, individual de Rafaela Kennedy. Uma série de fotos ressignifica a presença de corpos da comunidade trans em espaços de bênção e proteção, destacando as diferentes formas pelas quais mães ancoram a existência de suas filhas. O espaço é aberto e acessível mesmo após o horário de funcionamento do museu — e fica em cartaz até 13 de julho.
Fecha o trio de aberturas, Acervo em Perspectiva: M’barek Bouhchichi, Nen Cardim, Washington Silvera, que coloca os dois brasileiros em diálogo com o marroquino Bouhchichi. São obras feitas com elementos como como madeira, vidro e terra do acervo do museu, incluindo aquisições e doações recentes.
MAB. Parque Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 10. ☎ 3320-8900. → Ter. a dom., 10h/18h (entrada até 17h). R$ 15,00 (grátis no dia 12). Até 6/7.
Publicado em VEJA São Paulo de 11 de abril de 2025, edição nº 2939.