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Artista com mural polêmico em BH deve pintar nova obra em SP

Convite a Robinho Santana partiu da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que, de acordo com produtora, estendeu o convite a pichadores

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 fev 2021, 21h37
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  • A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo convidou o artista Robinho Santana a criar um novo mural na cidade de São Paulo, dentro do festival Verão Sem Censura, a ser realizado entre os dias 15 e 21 de março. Santana, que é paulistano e mora e trabalha no Bexiga, já tem um mural em prédio em São Paulo. A obra fica aos pés de um dos viadutos da Nove de Julho e olha para a afetividade na construção da negritude, já que traz um pai ninando uma criança.

    De acordo com uma das produtoras da nova obra, Juliana Flores, que é também curadora do festival Cura, em Belo Horizonte, o mural de Robinho contará com a participação de cinco pichadores. Esse grupo já colaborou com o artista em uma obra anterior e polêmica na capital mineira (veja mais sobre o caso abaixo) e introduzirá a caligrafia da pichação dentro de uma proposta artística e com autorização prévia.

    A informação, contudo, não é confirmada pela pasta de cultura, que por meio da assessoria, diz que a participação dos pichadores não foi ainda definida.

    Se confirmada a participação dos pichadores, São Paulo se torna, pelo menos, nesse caso, um contraponto à Belo Horizonte. Por lá, Santana e a organização do Festival Cura estão sendo processados por coautoria do crime de pichação. A história é longa.

    PELEJA JUDICIAL EM BH

    Santana fez um mural em Belo Horizonte em 2020, dentro do Festival Cura. Antes dele realizar sua intervenção, chamada Deus é Mãe, o  prédio já tinha pichações. A polícia mineira alega que havia instaurado um inquérito para apurar aquelas inscrições. O evento afirma que não tinha conhecimento desse inquérito antes do evento.

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    Em sua obra, Robinho chamou cinco pichadores, os mesmos que devem participar da obra na capital paulista, para elaborar com ele uma proposta artística, que continha a caligrafia da pichação.

    A polícia não leu participação da caligrafia no mural de forma artística e acusou o festival e Santana de coautoria do crime de pichação. “Não refizemos a pichação (que havia lá), foram feitos novos símbolos com o intuito de dialogar com essa linguagem, mas não há como falar de crime, porque foi tudo autorizado”, explica a produtora Juliana Flores, uma das idealizadoras do Cura.

    Em São Paulo, devido ao convite feito pela secretária, Juliana diz não temer retaliação. Contudo, tem outro desafio, encontrar um prédio que autorize a realização de uma obra que tem a caligrafia da pichação. “O mural não está confirmado até que um condomínio aceite”, conclui ela.

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