Masp exibe trilogia de vídeos sobre a rodovia Transamazônica
Obras da cineasta Janaina Wagner exploram, a partir de um viés fantástico, os impactos do projeto inacabado do governo militar

Os impactos da rodovia Transamazônica (a BR-230) na população, na fauna e na flora locais, a partir de um viés fantástico. Esse é o tema das três obras audiovisuais que compõem a Sala de Vídeo: Janaina Wagner, exposição que inaugura a programação de 2025 do Masp, dedicada ao tema Histórias da Ecologia.
A mostra, com curadoria de Leandro Muniz, marca a estreia de Quando o Segundo Sol Chegar/Um cometa nos Teus Olhos (2025), que encerra a trilogia de vídeos experimentais da cineasta e artista visual paulistana sobre a rodovia. No curta, rodado na região do Cariri, no sul do Ceará, Janaína relaciona a catástrofe causada pela crise climática à aproximação de um segundo sol no planeta. A obra é uma livre adaptação dos livros Autobiografia do Vermelho: Um Romance em Versos, da canadense Anne Carson, e de O Deslumbramento de Lol V. Stein, de Marguerite Duras (1914-1996).

Precedem este lançamento, os vídeos Curupira e a Máquina do Destino (2021), em que o ser folclórico encontra o fantasma da personagem-título de Iracema – Uma Transa Amazônica (1974), documentário de Jorge Bodansky e Orlando Senna situado na BR-230, e Quebrante (2024), que estreou ano passado no Festival de Cinema de Berlim.
Gravado em Rurópolis (PA), cidade fundada para servir de base aos trabalhadores que construíram a Transamazônica, o curta conta a história real de dona Erismar, professora aposentada que teria descoberto cavernas na região.

Masp. Avenida Paulista, 1578. ☎ 3149- 5959. → Ter., 10h/20h. Qua., qui, sáb. e dom., 10h/18h. Sex., 10h/21h. R$ 75,00 (grátis ter. o dia todo e sex., 18h/21h). Até 30/3. masp.org.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 14 de fevereiro de 2025, edição nº 2931.