O que você acredita que seja a guinada para o digital no mercado de arte?
As galerias e museus foram ágeis nessa corrida pelo digital, imposta pela pandemia. Logo foram feitas lives e mostras virtuais. Agora, o futuro é adotar o modelo da inteligência dos dados. Não basta você ter um mailing com o nome e o e-mail das pessoas se você não interage de forma eficaz com elas, cruzando as informações coletadas no site e no instagram.
Quais sites inspiraram a construção da plataforma on-line da SP-Arte, a 365?
O Artsy é sempre um exemplo, embora não sejamos um marketplace. Ele funciona muito bem ao tentar dar conta das obras que as galerias querem vender. Outro ponto muito positivo é a usabilidade, é bom de navegar. A gente também olha para os sites das grandes feiras, como a Freeze e as Basel, de Miami, Hong Kong e Suíça. Tudo isso levando em consideração o que serve para a gente, já que somos um híbrido de festival de artes, composto de uma feira e uma plataforma editorial.
“ O futuro do mercado de arte é adotar o modelo de inteligência de dados e interagir de forma eficaz com as pessoas”
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A atração de novos colecionadores e compradores pontuais pode ser uma saída para o mercado de arte durante a recessão que se acentua agora?
Estou convencida disso, e a renovação passa por atrair uma massa de colecionadores diferentes. Temos feito isso tanto na feira física quanto no site. A minha geração — eu estou com 50 anos — é a terceira seguinte do (Assis) Chateaubriand (jornalista, mecenas e um dos fundadores do Masp). Precisamos trazer novas pessoas, até para que haja novos Chateaubriand, que vão dedicar toda uma vida a apoiar o segmento da arte.
Como você gostaria de ser lembrada daqui a cinquenta anos?
Se eu for lembrada profissionalmente como uma pessoa que através da SP-Arte colaborou para a expansão e o reconhecimento do mercado de arte brasileiro, tá bom.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1º de julho de 2020, edição nº 2693.