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Mostra apresenta obras inéditas de Enrique Lipszyc, pai da Panamericana

'O Criador e Sua Obra' reúne mais de 200 desenhos e pinturas na sede da escola, em Higienópolis

Por Júlia Rodrigues
16 jun 2023, 06h00
exposição enrique lipszyc panamericana escola
Alex Lipszyc em frente aos quadros do pai: acervo gigante (Leo Martins/Veja SP)
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Por trás do empresário vanguardista e do professor sisudo, havia em Enrique Lipszyc (1932- 2020), fundador da Panamericana Escola de Arte e Design, centro de ensino tradicional do ramo no país, um artista apaixonado. Esse lado menos conhecido de Lipszyc poderá ser visto na mostra O Criador e Sua Obra, que reúne, a partir de terça (20), mais de 200 de seus trabalhos nunca exibidos, na sede da instituição, em Higienópolis. A exposição também comemora os sessenta anos da escola, completados em abril.

Nascido em Buenos Aires, Lipszyc começou a desenhar ainda jovem, quando convivia no colégio com amigos que virariam grandes nomes das histórias em quadrinhos, como Quino (1932-2020), cartunista argentino criador da personagem Mafalda. No Brasil, para onde se mudou na década de 60, o desejo de expor as obras só surgiu em 2019. “Ele mostrava para a família e amigos, mas nunca quis fazer uma exposição. Talvez tenha sido porque o pai dele não aprovava a carreira artística e morreu antes de que ambos pudessem fazer as pazes”, conta Alex Lipszyc, 55, filho do empresário e atual diretor da Panamericana.

Enrique Lipszyc panamericana escola
Enrique no ateliê: na sua casa em Santo Amaro (Alex Lipszyc/Divulgação)

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A curadoria, assinada por Alex e pelo ex-diretor da escola Massimo Picchi, destaca trabalhos produzidos entre 2012 e 2020, nos quais Lipszyc se debruça sobre o mito de Adão e Eva, tema presente em toda sua trajetória. “O lado artístico do Enrique era o seu lado mais passional. Era um expressionista e tinha uma paixão por essa relação entre o homem e a mulher”, diz Picchi em depoimento gravado em vídeo. Utilizando técnicas diversas, que vão de materiais como tinta acrílica a terra, cola e cera, Lipszyc também costumava modificar o resultado ao longo dos anos, caso de Adão e Eva: Amor na Caverna (abaixo), iniciada em 1995 e finalizada em 2016.

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'Adão e Eva: Amor na Caverna' (2016): pintura iniciada em 1995
‘Adão e Eva: Amor na Caverna’ (2016): pintura iniciada em 1995 (Elcio Ohnuma/Divulgação)

O conjunto selecionado, composto por 152 desenhos e 57 telas, integra um acervo de cerca de 2 700 itens guardados no ateliê de Lipszyc, espaço projetado pelo próprio Alex na casa em que o pai morava em Santo Amaro. “Ele tinha um traço livre, despendia horas pintando. Meu pai pintou até o último dia de vida”, lembra Alex. Haverá ainda um painel em homenagem a Lipszyc criado por um professor da escola e Alex planeja reunir mais peças numa exposição virtual no site da Panamericana. “Quem conheceu o Enrique artista conheceu o verdadeiro Enrique”, define Picchi.

Publicado em VEJA São Paulo de 21 de junho de 2023, edição nº 2846

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