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Arte ao Redor

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Elaine Ramos, a designer das publicações de artes visuais

Designer é a responsável pelo projeto gráfico dos catálogos das mostras de Ai Weiwei e Beatriz Milhazes, além de livros artísticos

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 Maio 2021, 06h00
Mulher de cabelo curto e olhos claros posa com feição séria para câmera. Foto em preto e branco
Elaine Ramos: 'rainha das exposições' tem boas novidades nos próximos meses (Nino Andrés/Divulgação)
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“Sou bastante rigorosa, um pouco obcecada até, mas também bastante gregária, gosto muito de produzir em equipe”, assim se define profissionalmente a designer paulistana Elaine Ramos, 46 anos. Ela é uma espécie de rainha das publicações relacionadas às artes visuais. Assinou o projeto gráfico dos catálogos das exposições da pintora Beatriz Milhazes, em cartaz no Masp e no Itaú Cultural, e do artista chinês Ai Weiwei, realizada na Oca do Parque Ibirapuera em 2018.

Imagem em preto e branco mostra um armazém vazio, com água e reflexos no chão
Livro sobre a produção do fotógrafo Mauro Restiffe (Nino Andrés/Divulgação)
3 livros um ao lado do outro. Um tem capa abstrata e colorida, outra é amarela e laranja, com números e formas abstratas e a terceira tem desenho de um corpo entrelaçado com uma estrada
Catálogo raisonné do artista cearense Leonilson (1957-1993) (Nino Andrés/Divulgação)

“Trabalhei por dezesseis anos na Cosac Naify, até ela fechar. Saí de lá com muita experiência e também com um nome nessa área. Afinal, foi a editora que mais publicou livros sobre artes no Brasil”, explica Elaine, que desenvolveu obras que tinham como matéria-prima trabalhos de profissionais consagrados, como a escultora mineira Maria Martins (1894-1973), e novatos, como o fotógrafo paulistano Julio Bittencourt. Vale ainda adicionar a essa lista Barulho, Barulhinho, Barulhão, livro infantil com ilustrações do artista Marcelo Cipis, e a identidade visual da 28ª edição da Bienal de São Paulo, em 2008, a qual Elaine foi uma das designers responsáveis, paralelamente a sua atividade na Cosac.

Catálogo aberto é roxo e tem a palavra
Catálogo da 36ª edição do Panorama da Arte Brasileira, de 2019 (Nino Andrés/Divulgação)
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O voo-solo da profissional, em um estúdio que leva seu nome, teve início em 2015. “Não queria trabalhar em casa. Soube então que o Alvaro Razuk (arquiteto) estava alugando mesas em uma sobreloja no Largo do Arouche e acabei me instalando lá”, relembra. Antes da pandemia, nessa espécie de coworking, ela tinha a companhia da redação da revista literária Quatro Cinco Um, da também designer Flávia Castanheira e do próprio Razuk, que, como noticiado por VEJA SÃO PAULO, trabalha no projeto expográfico da mostra do fotógrafo Sebastião Salgado sobre a Amazônia, a ser realizada no segundo semestre de 2021.

Livro aberto tem duas páginas com designs abstratos e geométricos coloridos
Publicação que acompanha a exposição da pintora Beatriz Milhazes (Nino Andrés/Divulgação)

“Também funciona lá, a Ubu, editora de livros que a Florencia Ferrari, eu, e a Gisela Gasparian criamos em 2016”, acrescenta Elaine, que assina o projeto gráfico de um dos lançamentos em junho. Trata-se do romance As Mulheres de Tijucopapo (Ubu Editora, 240 págs., R$ 59,90), escrito pela jornalista pernambucana Marilene Felinto. Também estão no forno outros títulos com a marca da designer. Um reúne todos os contos do argentino Julio Cortázar (1914-1984), outro, a poesia completa de Ferreira Gullar (1930-2016). Ambos saem pela editora Companhia das Letras.

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Catálogo da mostra do artista chinês Ai Weiwei. Tem várias mãos em madeira mostrando o dedo do meio
Catálogo da mostra do artista chinês Ai Weiwei (Nino Andrés/Divulgação)

Tamanha demanda, ufa!, pode, ao menos um pouco, ser compreendida quando se ouve a curadora sergipana Júlia Rebouças, 37 anos. Ela esteve à frente, em 2019, da 36ª edição do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Júlia confiou a Eliane a identidade visual da mostra, sua sinalização no espaço expositivo e a produção do catálogo. “A conversa com ela é muito diferente. Eliane não executa um projeto, cria junto”, explica a curadora. “Ela tem uma escuta ativa, atenta. Em seu trabalho, torna mais complexo conceitualmente o pensamento curatorial.”

Catálogo aberto em duas páginas tem formas abstratas em vermelho, preto e amarelo, além do título
Catálogo da 28ª edição da Bienal de São Paulo (Nino Andrés/Divulgação)
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Publicado em VEJA São Paulo de 02 de junho de 2021, edição nº 2740

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