Cecilia Vicuña: Sonhar a Água – Uma Retrospectiva do Futuro (1964…) entra em cartaz no sábado (18) e reúne cerca de 200 obras da artista chilena, que abrangem os sessenta anos de sua produção. Com curadoria de Miguel A. López, essa é a primeira grande mostra da artista no Brasil, uma colaboração da Pinacoteca de São Paulo com o Museu Nacional do Chile, em Santiago, e com o Malba, em Buenos Aires.
Organizada em nove núcleos, apresenta o compromisso de Cecilia Vicuña com as lutas populares, o respeito aos direitos humanos e a proteção ambiental. “Uma particularidade da obra de Cecilia é que o ponto de partida é sempre a poesia. Ela está constantemente reinventando os limites da poesia e do poético. Outro aspecto particular de seu trabalho, e que eu admiro profundamente, é a convergência entre compromisso político e beleza, algo único, que nos permite pensar a política com prazer, e de como recuperar o prazer é também uma maneira de fazer política”, diz López.
Os núcleos tribu no, artistas pela democracia, palabrarmas e quipu desaparecido trazem interpretações de Cecilia sobre a repressão política e a luta por direitos democráticos. A própria artista foi viver no exílio em 1970, ano do golpe militar contra o presidente Salvador Allende no Chile.
Em Precarios e Quipu Menstrual, ela abre diálogos com a natureza. Na obra As Lágrimas de tara (uma oração pelo mundo), de 2021, por exemplo, a artista comunica sua preocupação com a destruição do mundo.
O nome da exposição vem desse ímpeto e é um convite para a mudança da relação com a terra, como um fio de esperança de que ainda há outros futuros possíveis para a humanidade.
Pina Contemporânea. Avenida Tiradentes, 273, Luz. Qua. a seg, 10h/18h. R$ 30 (grátis aos sábados). Até 15/9
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de maio de 2024, edição nº 2893