A partir da próxima terça (9) a exposição Oriente-Ocidente – Histórias Do Tecer entra em cartaz na galeria André. Trata-se de um panorama cronológico e predominantemente nacional sobre a arte têxtil, a partir da perspectiva da curadora Ana Carolina Ralston.
Entre os nomes veteranos, estão Madeleine Colaço (1907-2001), Jean Gillon (1919-2007), Tomie Ohtake (1913-2015), Norberto Nicola (1931-2007), Iberê Camargo (1914-1994) e Regina Gomide-Graz (1897-1973).
Nicola também teve obras têxteis exibidas em uma exposição da galeria Bergamin & Gomide em 2020. Camargo e Regina, por sua vez, tiveram essa verve de suas produções revistas, em 2021, em mostras no Instituto Tomie Ohtake (ITO) e no Museu de Arte Moderna (MAM).
Valorização da arte têxtil
As referências às exposições passadas serve, cabe destacar, a evidenciar que há em tempos recentes um maior interesse do circuito de artes visuais na arte têxtil. Uma das mostras pioneiras disso foi Têxteis Pré-Colombianos, no Masp, em 2019.
Essa maior atenção se relaciona a uma revisão em voga da história da arte. A partir do século 18, as linguagens foram divididas entre “belas artes” e “artes aplicadas”. Esse primeiro termo foi amplamente divulgado a partir de um livro de Charles Batteaux (1713-1780), de acordo com o dicionário Oxford de Arte.
A lista inicial das belas artes seria revisada pouco depois pelo filósofo D’Alembert (1717-1783) e se estabeleceria como englobando pintura, a escultura, a arquitetura, a poesia e a música. Ou seja, a arte têxtil foi deixada em segundo plano.
Ainda sobre esse assunto, a pesquisadora Ana Paula Simioni, que fez a curadoria de uma exposição com bordados, chamada Transbordar, exibidas em unidades do Sesc, vai mais longe na investigação dessa divisão: “A desvalorização das artes têxteis está ligada ao surgimento das academias no século 16. Antes, nas corporações de ofício, pintores e tecelões trabalhavam juntos.”
Oriente-Ocidente – Histórias Do Tecer, valores e dias de visitação
Voltando à exposição de Ana Carolina Ralston na galeria André, haverá obras de outros nomes contemporâneos. São eles: Alex Rocca, Luiza Caldari, Naia Ceschin, Rodrigo Ohtake e Alexandre Heberte.
A mostra vai até 3 de janeiro de 2022. A visitação é gratuita e ocorre de segunda a sexta, 9h às 19h; sábado, das 10h às 14h. O endereço da galeria é Rua Estados Unidos, 2280, Jardim América.
Obrigada pela visita. Você pode conferir mais informações sobre artes visuais no Instagram da crítica de arte e repórter Tatiane de Assis.