Arte nos 467 anos de São Paulo: conheça sete obras sobre a terra da garoa
Veja o quadro de Germana Monte-Mór, fotografias de Bárbara Bragato e Diego Aliados, murais de Celso Gitahy e Simone Siss e a tela de Caligrapixo
“Essa pintura me remete a São Paulo porque ela é fragmentária. E a cidade é assim, ela não é uma coisa única, é um somatório”, define a artista Germana Monte-Mór. De fato, a forma como ela vê a terra de mais de 12 milhões de habitantes, vindos de diferentes partes do Brasil, dialoga com a tela de 2020.
A fotógrafa Bárbara Bragato traz em Planalto (2019) o interior do edifício homônimo de Artacho Jurado (1907-1983). “Era uma casa de uma amiga”, explica ela, que tem na vida e por conseguinte na imagem uma visão múltipla da capital. “Por meio do vidro, vemos se fundindo os prédios e também árvores.”
O carioca Claudio Edinger traz em uma de suas fotos São Paulo em meio a uma tempestade, cena corriqueira na capital nos meses de dezembro e janeiro. “Uma coisa genial daqui é também a variedade de climas. No inverno, tem verão. No verão, tem inverno. Só falta agora nevar”, brinca.
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Tvnauta no Deserto (2020) é o nome do mural feito pelo artista Celso Gitahy em um prédio na esquina da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio com a Rua Treze de Maio. “Ele representa essa espécie de hipnose coletiva que vivemos em São Paulo. Tem tudo aqui, mas não é acessível a todas as pessoas”, aponta.
De norte a sul, de oeste a leste, a cidade é um grande filme para o fotógrafo Diego Aliados, um dos muitos nomes talentosos vindos do Grajaú. Na foto ao lado, de 2020, ele clica um entregador de bicicleta trabalhando protegido por uma capa em meio à chuva torrencial. Cena típica de uma cidade que não para.
A tela de 2018 do artista Caligrapixo traz, de modo estilizado, as letras da pichação vistas nos muros e prédios da cidade. “As cores da minha paleta e as camadas que utilizo nas telas também guardam o modo como eu me relaciono com a paisagem urbana”, afirma o paulistano, morador de São Mateus.
Máscara (2020) é um mural de Simone Siss feito na Vila Leopoldina, em um evento chamado 100 Minas na Rua. Devido à pandemia, a ação anual teve de ser feita em rodadas para não gerar aglomeração. “Estava muito preocupada, foi o meu jeito de falar com as pessoas, com a cidade”, diz ela.
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Publicado em VEJA São Paulo de 27 de janeiro de 2021, edição nº 2722