Uma das marcas pioneiras na oferta de café de qualidade na capital, o Suplicy Cafés Especiais fechou a primeira de suas unidades, a vistosa loja que existia na Alameda Lorena, na região dos Jardins. Foi nesse endereço, que a empresa montada por Marco Suplicy começou.
A gente capitalizou a empresa no início do ano e íamos iniciar a reforma. Mas como essa loja tinha um custo fixo muito alto por causa da localização, não conseguiríamos pagar essa despesa
Felipe Braga, CEO do Suplicy Cafés Especiais
Em entrevista com Suplicy (chairman) e Felipe Braga (CEO), a dupla explicou a decisão nada fácil de tomar. A princípio, havia o projeto de remodelar o espaço e fazer dele uma flagship, maneira como são chamadas as lojas-conceito de redes. “A gente capitalizou a empresa no início do ano e íamos iniciar a reforma. Mas como essa loja tinha um custo fixo muito alto por causa da localização, não conseguiríamos pagar essa despesa”, explica Braga.
A dupla também admite que essa era uma mudança necessária. “A loja vinha perdendo terreno ano a ano e íamos fazer uma reforma agressiva para ela voltar a ter relevância. Era uma retomada para resgatar o pioneirismo da marca”, reforça Braga. A pandemia, porém, pôs a perder uma situação que estava longe de ser fácil.
O sistema de torrefação à vista dos clientes, uma das atrações do salão, foi transferido, em 17 de julho, para o centro de distribuição, que fica no Cambuci. Infelizmente, os paulistanos ficaram privados de acompanhar esse processo.
O encerramento foi também a maneira encontrada para manter os funcionários, que, em sua maioria, seguem em casa durante o período de isolamento social. “A abertura oficial do Suplicy Café Especiais na Alameda Lorena foi em 31 de julho e essa é a data do encerramento das atividades”, lamenta Suplicy.
A nossa perspectiva para uma nova unidade nos Jardins é um espaço menor e to go (pegar e levar). Uma loja grande caiu por terra.
Marco Suplicy, chairman do Suplicy Cafés Especiais
No momento, a Suplicy Café Especiais tem doze unidades de negócio, das quais nove na capital, divididas em quatro workcafe para atender agências bancárias do Santander e cinco lojas. Das cinco unidades próprias, apenas a vistosa cafeteria no térreo ajardinado da dupla de torres comerciais da São Paulo Corporate Towers, na Vila Olímpia, está em operação.
O empresário e equipe estudam a possibilidade de voltar a ter uma unidade no Jardim Paulista, área muito valorizada da cidade, mas em outro formato. “A nossa perspectiva é um espaço menor e to go (pegar e levar)”, adianta Suplicy. “Não faz sentido marcar um business lunch atualmente. Uma loja grande caiu por terra.”
Outra alternativa para o negócio são as vendas digitais. “Refizemos nosso e-commerce. Queremos encontrar novos caminhos para nos conectar com o consumidor”, garante Braga, que passa a lupa em outros nichos. Cita como exemplo positivo a experiência para piqueniques residenciais criada pela rede americana de hamburguerias Shake Shack.
Além disso, como muitas pessoas permanecem quase o tempo todo em casa, acredita na ascensão da venda de cápsulas, que vinham em um declínio no último ano. “É capaz de haver ainda uma retomada dos produtos instantâneos”, acredita. “É preciso jogar muita conveniência do colo do consumidor.”
No mundo dos grandes players dos cafés especiais, o fechamento da loja do Suplicy vem se somar a outro que noticiei aqui no blog: o fim do Otávio Café, Itaim Bibi (para ler, clique aqui).
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