No início da quarentena, a Vejinha recolheu depoimentos de diferentes profissionais, entre famosos e anônimos, para contar em diários como estavam encarando a pandemia. Eles retornam para falar o que mudou
“Inicialmente, não tive tantos problemas durante o período de restrições no ano passado. Primeiro, montamos o delivery do Président (inaugurado em dezembro de 2019), que não é fácil de operar e tem um custo gigante das embalagens e taxas de entrega para as plataformas. Quando reabrimos, em agosto, o restaurante estava sempre cheio, respeitando, naturalmente, o distanciamento necessário e as normas de higiene. A fama conquistada pelo MasterChef me ajudou muito.
Voltamos a gravar o reality no fim de junho com todas as precauções antes mesmo de o restaurante estar funcionando. Só tirávamos máscara na hora da gravação, não recebíamos convidados para as avaliações e não tínhamos contato com os competidores.
Apesar de todos os cuidados, peguei Covid em outubro. Eu e a Ro, minha mulher, tivemos a doença. Estava nas filmagens de um dos episódios do programa Minha Receita e fiz um teste de rotina. Uma pessoa da produção me avisou que tinha dado positivo. Me isolei imediatamente. Não fiquei hospitalizado porque quis me tratar em casa. No período que seria o final do meu tratamento, tive pneumonia. Precisei inclusive receber oxigênio. Foram dois meses até me recuperar completamente. Mas até hoje sinto cansaço. Tenho certeza de que é por causa da doença.
No dia 25 de novembro, inaugurei meu segundo restaurante, o Ça-Va. Conheci o dono, o senhor Antonio Carlos (de Moraes Cirelli) antes da pandemia. O bistrô foi um dos cenários da nova temporada de Pesadelo na Cozinha, que vai ao ar em 30 de março com quatro episódios inéditos. Logo depois de concluir a gravação, o senhor Antonio Carlos precisou passar por uma cirurgia, pegou Covid no hospital e morreu.
Os filhos disseram que não queriam mais o negócio e me ofereceram. Comprei com uma certeza: queria fazer como na França, não ia mudar o nome e manter o lugar como ele é, com aquele afresco de uma antiga cena parisiense em uma das paredes. Nessa terça, dia 9, pus para funcionar na cozinha do Ça-Va meu novo delivery. Chama-se Jojo Gastrô. É uma homenagem ao meu pai, René, mas que todo mundo o chamava de Jojo.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 17 de março de 2021, edição nº 2729